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Publicado: 31.08.2018

 

PERFIL RPCE: Diogo Vasques

 

Após a licenciatura em Relações Públicas e Comunicação Empresarial, Diogo Vasques tem vindo a afirmar-se na área do Marketing.

Diogo Vasques começou o seu percurso profissional na área das Relações Públicas, mas depressa percebeu que queria alargar os seus horizontes. Apostou, por isso, na vertente de Marketing, na qual tem vindo a evoluir e que culminou, este ano, com a vitória de um Leão de Ouro, no Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions.

Do Jornalismo à Comunicação Empresarial

Diogo chegou à Escola em 2009. Antes de se candidatar, queria ser jornalista. Na candidatura, colocou a licenciatura em Ciências da Comunicação, da Universidade Nova, em primeira opção, “porque [era um curso que] permitia manter as opções em aberto quase até ao fim e, depois, escolher a especialização”. Em segundo lugar, estava a ESCS. “Até ao dia em que me candidatei, ia colocar Jornalismo em segunda opção. Mas acabei por optar por Relações Públicas e Comunicação Empresarial (RPCE), porque olhei para o plano de estudos e achei-o genuinamente interessante”, conta. A média do Ensino Secundário não foi suficiente para a sua primeira escolha, mas, hoje em dia, não se arrepende. “Foi uma série de bons acasos”, defende.

GlobCom 2011

No segundo ano de licenciatura, o escsiano participou no congresso internacional GlobCom. Durante um semestre, Diogo colaborou, virtualmente, com uma equipa de estudantes de várias partes do mundo, na resposta a um briefing para a ZEISS. No final, viajou até Barcelona, onde os grupos reuniram, para ultimar os pormenores, e apresentaram a proposta ao cliente. “Ganhei lá, por acaso”, conta, divertido.

O antigo estudante lembra que, numa altura em que “trabalhar em documentos colaborativos e usar o Messenger não era assim tão frequente”, o processo de trabalho tornou-se “um bocadinho caótico”. No entanto, “foi giro trabalhar com pessoas com outros backgrounds e perceber que nós, em Portugal, estamos mesmo muito bem preparados”, considera.

Após a licenciatura, Diogo conseguiu “transportar [a experiência] para o trabalho”, uma vez que já colaborou com equipas remotas, de vários países e departamentos.

A mais-valias das atividades extracurriculares

Na Escola, o escsiano jogou basquetebol, modalidade na qual chegou a ser treinador, durante um ano, em representação da AEESCS. No entanto, confessa que não participou em atividades extracurriculares por achar que, na altura, não havia nenhuma que “fosse uma extensão daquilo que se faz em RPCE”.

Atento ao que se passa na ESCS, mesmo após a sua saída, o antigo estudante destaca a criação da Bright Lisbon Agency, em 2016. “Na altura, até mandei uma mensagem ao [então] presidente, o André de Albuquerque, porque acho que é um projeto que faz todo o sentido. Ainda bem que houve alguém que teve vontade e coragem para pegar nisso”, defende Diogo que, quando tirou o mestrado em Marketing, no ISCTE-IUL, teve a oportunidade de conhecer outras júnior empresas. “Tenho pena de esse projeto não ter existido na minha altura”, confessa.

Percurso no Marketing

Depois de ter concluído a licenciatura, Diogo trabalhou em Consultoria de Comunicação, na agência Ogilvy PR (hoje, BAR Ogilvy). “Trabalhava, essencialmente, com a LG e, apesar de perceber que gostava muito de tecnologia, também percebi que não queria fazer só Relações Públicas e Comunicação Institucional”, explica. Por isso, ao fim de nove meses, decidiu tirar um mestrado em Marketing, por ser uma área relacionada com a sua formação inicial. “As duas coisas estão muito ligadas e tu acabas por ter de ver a big picture e não como algo isolado”, esclarece.

Quando terminou a parte curricular do curso, o escsiano decidiu concorrer a empresas de tecnologia e telecomunicações. Acabou por integrar a equipa da Microsoft, na área de Marketing e Consumo, onde teve uma “experiência muito interessante e intensa”. “Tive a sorte de ter uma chefe que confiou [em mim] e que me deu muita autonomia e, fruto da experiência que tinha tido na agência, fiquei, também, encarregue, quase a solo, das redes sociais da Microsoft de cá”, refere.

Depois de um ano, mudou-se para a OutSystems, a fim de desempenhar funções de Field Marketing. Diogo esteve encarregue das regiões de Portugal, Sul da Europa e Médio Oriente e teve de trabalhar, remotamente, com colegas de outros países. “Tinha de confiar em quem tínhamos lá, na experiência, no background e no feedback deles”, conta.

Enquanto estava na empresa, recebeu o convite de uma ex-colega para fundar uma nova área na Caixa Económica Montepio Geral, cuja missão era transformar digitalmente a empresa, adaptando “a rede do banco para novos canais e ofertas”.

Marketing Digital

Diogo confessa que aceitou o convite para trabalhar no Montepio, pelo desafio que o cargo acarretava. “Já trabalhei em projetos com uma escala muito interessante e [nos quais] não teria a oportunidade de fazê-lo tão cedo na minha carreira, noutros sítios”, explica.

Na empresa, faz a ligação entre a área da Comunicação, “que tinha um marketing mais baseado no ponto de venda, no balcão e nos meios tradicionais e que está a dar os primeiros passos no digital, e a equipa de Canais”. O escsiano é responsável pelas campanhas e pela área de Costumer Experience, que confessa gostar cada vez mais. “Pensar na jornada que um cliente faz, desde que chega ao site até contratar um produto, como é que podes melhorar os planos que ele tem com a marca, fazer com que tome uma decisão mais consciente, melhorar o processo do serviço que lhe prestas, mesmo depois de ele se tornar cliente. Estes desafios são muito engraçados em banca, porque há muito para fazer”, explica.

Young Lions: o caminho até à vitória

Diogo conhecia a competição Young Lions há algum tempo, mas foi quando começou a trabalhar na Microsoft, em 2015, que decidiu desafiar a colega Rita Almeida, que tinha entrado para empresa no mesmo dia, para participar. “O ponto de partida foi eu quero ir, uma vez na vida, a Cannes, nem era ganhar. Depois de ir a primeira vez, passou a ser voltar lá todos os anos”, confessa.

Em dois anos consecutivos (2015 e 2016), a dupla venceu a fase nacional e representou Portugal em Cannes. Em 2017, por impossibilidade de Rita, Diogo participou com outro colega e ficou em segundo lugar. “Em 2018, voltei a participar com a Rita e, quando ganhámos, dissemos que, este ano, seria para pegar na experiência que tivemos nos anteriores e assumir que era mesmo para vencer”, conta. E assim foi. A equipa deu bigode na Riviera Francesa, conquistando o galardão principal na categoria de Marketing.

Outras competições

Sou um bocado papa-concursos”, confessa, Diogo, divertido, explicando que gosta deste tipo de desafios porque o põem numa posição de “liberdade total” de resolução. “Acho que, inteletualmente, só a experiência de participar é estimulante”.

Enquanto tirava o mestrado, o antigo estudante participou em dois projetos: numa competição da UNICRE, entre várias instituições de Ensino Superior, na qual teve de criar um cartão de crédito para jovens, e no L’Oreal Brandstorm, um concurso dirigido a quatro escolas de gestão que Diogo venceu, em representação do ISCTE. Depois de ganhar este desafio, o escsiano teve cerca de quatro meses para criar um produto ou serviço, e respetiva estratégia de comunicação, para uma das marcas da L’Oreal. “Trabalhei com a agência deles, a McCann, e foi giro porque foi a primeira vez que eu trabalhei do lado de um cliente”, refere.

Espírito de exigência

O escsiano defende que “as grandes mais-valias” da Escola passam pela forma como, desde cedo, incute aos estudantes um espírito crítico e exigente. “Se quiseres acabar a licenciatura com um bom percurso, tens de ter brio, de te esforçar e de ter uma carga de trabalho muito grande”, esclarece Diogo. Porém, no final, o esforço é reconhecido pelos empregadores. “No mercado de trabalho, ser da ESCS é um selo de qualidade”, conclui.

Por fim, desafiámos Diogo Vasques a responder a uma espécie de Questionário de Proust:

Um objeto essencial para o teu dia-a-dia.

Fones.

Uma cidade ou um país.

Lisboa e Portugal.

Uma música ou uma banda.

Do século XX, os Beatles. Mais atual, a música All My Friends, dos LCD Soudsystem.

Um filme ou um realizador.

Cinema Paraíso, de Giuseppe Tornatore.

Um livro ou um escritor.

Sou um pouco eclético: Mia Couto, Pepetela, Haruki Murakami, por aí.

Uma série.

Madman.

Um programa de televisão.

Last Week Tonight, do John Oliver.

Quando for grande, quero ser.

Fotógrafo de viagens.


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