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Publicado: 02.03.2018

 

Perfil PM: André de Albuquerque

 

Depois de ter deixado a sua marca na Escola, no espaço de um ano, André de Albuquerque já trabalhou em três países, colaborando, atualmente, com a Techstars Berlim.

André de Albuquerque é licenciado em Publicidade e Marketing. Certo dia, trabalhava como responsável de networking, na Lisbon Investment Summit, quando perguntou ao Diretor da Techstars Paris se queria um café. No final do evento, recebeu um convite para se mudar para a capital francesa e colaborar naquele que considera ser um dos melhores aceleradores de startups a nível mundial.

Do Desporto para o Marketing

Antes de ingressar na ESCS, André passou pela Faculdade de Motricidade Humana, com o objetivo de vir a trabalhar num clube de futebol e, eventualmente, mudar para basquetebol, o seu desporto de eleição. Disciplinas como Anatomofisiologia alteraram os planos do estudante, que tinha seguido Línguas e Humanidades no Ensino Secundário, e não se sentiu à vontade com o curso. “Eu fiz três testes num mês e meio e as três notas juntas não davam 5 [valores], de 0 a 20”, explica.

O “menino da Apple”, como o próprio se apelida (apesar de, agora, já não usar gadgets da marca), desde sempre interessado na forma como o conceito de Steve Jobs conseguia “mover milhões de pessoas”, descobriu, então, o fascínio pelo mundo do marketing. Esta paixão, aliada à reputação da Escola e ao facto de se situar a três minutos de sua casa, levou à sua entrada na ESCS, em 2013.

ESCS, a primeira casa

No decorrer do curso, o escsiano foi gestor de redes na ESCS FM, onde colaborou, também, em “um ou outro programa”. Passou pelo número f e pela ESCS MAGAZINE. Por “tudo o que havia, menos pelo E2, porque já não havia tempo”. Esteve na AE ESCS, onde foi colaborador e vice-presidente, e desempenhou funções de dirigente na FAIPL. Pelo caminho, teve ainda tempo de criar a primeira júnior empresa na área da Comunicação em Portugal, a Bright Lisbon Agency (BLA). Não admira, por isso, que passasse a maior parte do seu tempo na Escola. “Quando alguém dizia ‘a ESCS é a minha segunda casa’, eu ria-me e dizia ‘não, a ESCS é a minha primeira casa. Para minha casa, eu vou só dormir’”, confessa, com humor.

André acredita que as “pequenas coisas” que foi aprendendo lhe deram bases para “ter conhecimentos e criticar”. Por isso, defende que as experiências extracurriculares “são indispensáveis” para os estudantes terem noção do que é “pôr mãos à obra”.

Bright Lisbon Agency

A BLA foi apresentada à comunidade escsiana no dia 25 de fevereiro de 2016, num evento que encheu o Auditório Vítor Macieira. André acredita que o conceito criou uma “mudança na cabeça dos alunos”, que passaram a ter uma maior perceção do que é “ser adulto” e da pressão de lidar com a vida profissional.

A ideia surgiu no final do 1.º ano de licenciatura, quando estava a comer pizza e a ver o jogo Brasil-Alemanha, do Campeonato Mundial de Futebol, com um amigo que fazia parte da júnior empresa do ISCTE-IUL (a ISCTE Junior Consulting) e que lhe falou do conceito. A conversa pô-lo o verão todo a pensar “epá, aquilo faz sentido para a ESCS!”.

Quando regressou à Escola, contou a ideia à sua melhor amiga, a colega Carolina Batista, que lhe respondeu: “És doido. E estúpido. E idiota”. “Claro que sou!”, concordou. E, assim, começaram os planos para a formação da BLA.

O ex-aluno sentiu que fazia falta algo que pusesse os alunos “em contacto com o mercado”. Visto que “nunca iria tirar proveito da Bright no seu todo, pelo potencial que ela tinha”, tendo em conta que estava a terminar a licenciatura, André percebeu que estava a fazer algo pelos seus sucessores. “A ideia era montar uma estrutura para que, no futuro, os alunos pudessem aproveitar”, explica.

Escola, emprego e outros projetos

Enquanto criava a BLA, André trabalhava como diretor de parcerias na Erasmus Student Network Lisboa, na qual entrou após ter percebido que “gostava muito de falar com pessoas e criar relações”.

Já na reta final do curso, recebeu um convite para ser o diretor comercial da Clickly, em Portugal. A startup faliu e despediram-no no dia do seu aniversário. “Foi triste, mas engraçado, porque o meu CEO disse ‘André, adoramos-te, estás a fazer um bom trabalho. Que isto não seja uma crítica, mas vais ter de te ir embora’”, conta, divertido.

Em setembro de 2016, decidiu fazer uma pausa para terminar o curso. Porém, como gosta muito de conhecer pessoas, desenvolveu outro projeto durante esse período: o (Z)Hero, um podcast em que entrevista empreendedores portugueses. É missão levar, agora, este projeto além-fronteiras, devido à dificuldade de André se deslocar a Portugal para fazer as entrevistas. O rumo do (Z)Hero passará, assim, por criar uma espécie de “armada portuguesa”, ou seja, dar a conhecer empreendedores lusos, que estão a trabalhar no estrangeiro. “Tenho já algumas pessoas de Berlim, da Colômbia, de Dublin. Portanto, estou a tentar ver o que é que posso fazer”, reflete.

A partir de uma das ligações que criou no âmbito do podcast, começou a trabalhar como responsável de networking para a Beta-i, o maior acelerador de startups português. Foi nesta fase que conheceu a pessoa que o levou além-fronteiras.

Lisboa-Paris-Berlim

Na Lisbon Investment Summit, a função de André era “ligar startups e investidores”. Como o próprio refere, ser um género de Barney Stinson: have you met this person? (não fosse How I Met Your Mother a sua série favorita). Da panóplia de pessoas com quem contactou, fazia parte o diretor da Techstars Paris. “Eu simplesmente dizia ‘quer um café, uma água, alguma coisa, uma maçã?’”, conta o escsiano que, no final, recebeu uma proposta de trabalho em Paris, como business development associate, devido à sua simpatia. “Foi o acaso. Toda a gente diz que só me aconteceria a mim, porque as coisas me caem do céu, às vezes, mas... Eu não sou nada contra isso”, confessa.

Passado um mês, trocou uma temperatura algarvia de 40º pela parisiense, de 2. A transição “foi complicada”, uma vez que, devido ao facto de ser uma cidade muito cara, teve de ir viver para longe do seu local de trabalho. “A única coisa que me safava é que, por acaso, estava a alugar uma casa a uma brasileira. A D. Regina era uma santa que me lavava a roupa e tudo, então, eu não tinha de me preocupar com isso”, conta. Quatro meses depois, mudou-se para os escritórios da empresa em Berlim. Aqui, tem casa própria e vai, todos os dias, a pé para o trabalho.

“Eu quero dominar o mundo”

André considera que, devido à mentalidade do povo lusitano, “não se domina o mundo a partir de Portugal”. Por isso, era sua ambição trabalhar fora do país. Para além disso, o escsiano, que “sempre quis conhecer coisas novas e mentalidades diferentes”, acredita que, ir para fora, “abrange muito mais os horizontes”.

 “Sou quem sou por causa da ESCS”

André aconselha sempre o Ensino Superior com uma ressalva: “Não vás ocupar espaço. Porque há pessoal que, de facto, quer e pode não ter tido a mesma oportunidade por questão de uma média”.

Com orgulho, o ex-aluno considera que deve à Escola a pessoa que é hoje, devido ao curso, às atividades nas quais se envolveu e às pessoas com quem se cruzou. “Eu não estaria em Berlim, agora, se não fosse a ESCS”. Sobre o curso de Publicidade e Marketing, o escsiano defende ser “uma máquina de fazer grandes publicitários”.

Por fim, desafiámos André de Albuquerque a responder a uma espécie de Questionário de Proust:

Um objeto essencial para o teu dia-a-dia.

Computador.

Uma cidade ou um país.

Nova Iorque.

Uma música ou uma banda.

The Black Keys... Se puder dizer duas, The Black Keys e Ornatos Violeta.

Um filme ou um realizador.

Christopher Nolan (qualquer filme dele).

Um livro ou um escritor.

Disrupted: My Misadventure in the Start-Up Bubble, de Dan Lyons (apesar de gostar muito do escritor Stephen King).

Uma série.

How I Met Your Mother (que sabe até à 8.ª temporada de cor).

Um programa de televisão.

Last Week Tonight with John Oliver.

Uma referência na área do empreendedorismo.

Steve Jobs.

Quando for grande, quero ser...

Eu.


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