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<i> Call for Papers</i>

call for papers encontra-se permanentemente aberto. Aceitam-se artigos em Inglês, Espanhol ou Português. As colaborações propostas à Comunicação Pública devem ser enviadas em Microsoft Word e conter um resumo (máximo de 900 caracteres), 5 palavras-chave na língua em que estão escritos e também em Inglês (no caso de o artigo não estar escrito nesta língua) e os dados de identificação do autor (instituição, categoria, elementos de contacto e área de especialização). Os textos completos dos artigos, com bibliografias, anexos e referências não devem exceder 50.000 caracteres, incluindo espaços, notas, bibliografia, quadros, imagens, etc.; os estudos, as notas e as recensões individuais não deverão ultrapassar os 10.000 caracteres.

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Call for papers para a Comunicação Pública n.º 37 (dezembro de 2024)

Dossiê temático: CULTURA DIGITAL: MEDIATIZAÇÃO, VIGILÂNCIA E ESPAÇO PÚBLICO
Editores: Silvia Valencich Frota (Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa) e Nuno Medeiros (Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa)
Línguas: Português; Inglês; Espanhol
Data limite para a submissão de artigos: 7 de julho de 2024

Abstract
As transformações da cultura, promovidas quer pelo digital quer pelo desenvolvimento dos media e dos sistemas de informação e comunicação, representam um dos grandes desafios das sociedades modernas. Entender tais mudanças e os seus impactos, muitas vezes profundos, torna-se parte do quotidiano, não só de profissionais da comunicação, mas de todos nós, cidadãs e cidadãos. Que desafios, riscos e oportunidades afloram? Que novos espaços públicos de interação e socialização estão a ser promovidos? A partir de uma abordagem transdisciplinar, o objetivo deste dossiê é promover a reflexão sobre o impacto dessas novas tecnologias numa sociedade marcada, por um lado, pela abundância de informação e dados e, por outro, por uma profunda e generalizada crise de confiança, com todo o potencial de rutura e instabilidade associado a ela.

Descrição e enquadramento
Pensar as sociedades contemporâneas implica, em alguma medida, mapear, compreender e analisar os complexos sistemas de informação e comunicação, que simultaneamente as estruturam e são estruturados por elas. Este emaranhado de redes, com os seus múltiplos nós e ligações, possibilita e estimula a circulação de dados, ideias, objetos e pessoas, transformando a noção de espaço e a de tempo, imbricando-as e desafiando-as (Castells, 2009).

A comunicação torna-se cada vez mais ubíqua, alcançando os mais ínfimos espaços e práticas da vida em sociedade, desde a esfera mais íntima à mais visível e disseminada publicamente. Nesse sentido, o conceito de mediatização, conforme proposto por Hjarvard (2013), parece oportuno ao acentuar a capacidade de transformação das instituições sociais promovida pelo (mas também promotora do) desenvolvimento dos media, que, por sua vez, se passam a constituir como uma instituição per se.

O acelerado – e, apesar da denominada fratura digital (Furtado, 2012), presumivelmente irreversível – processo de digitalização é parte relevante deste cenário. A cultura digital conquista territórios e mentes, mas é preciso pensar além dela. Mais do que a cultura digital, interessa conhecer, analisar e refletir sobre a cultura do digital, ou seja, sobre os novos valores, visões de mundo, formas de relacionamento e processos de construção de significados promovidos direta e indiretamente pelo digital, e sobre os modos plurais como se inscrevem nas – e inscrevem as – estruturas sociais, culturais, económicas e políticas da existência e interação humanas (Arditi e Miller, 2019).

Nesta dupla inscrição engendra-se um espaço de tensão entre as culturas – e estruturas – de liberdade, e as culturas – e estruturas – de vigilância, ambas escoradas num cenário atual marcado, entre outros traços definidores, pela hiperconexão, superdiversidade e centralidade dos dados na vida contemporânea e pelas problemáticas que deles decorrem, designadamente no quadro das suas expressões públicas. Que novos espaços públicos são possíveis? Como se caracterizam? Que novas oportunidades e riscos afloram? Que novos agentes neles participam? Que novas relações de força são estabelecidas?

O poder – e a correspondente responsabilidade – das grandes plataformas de tecnologia tem sido bastante questionado, especialmente no âmbito de debates sobre desinformação e regulamentação. Mas há muitos outros temas emergentes, como os riscos associados ao desenvolvimento da inteligência artificial, as novas formas de assimetria e desigualdade e/ou polarização e violência promovidas pela lógica de algoritmos que rege as redes sociais, o deslaçamento social e o enfraquecimento da eficácia das relações em campos como o laboral ou o educativo, entre tantos outros.

Objetivos e enfoques pretendidos
Adotando-se como ponto de partida um diálogo interdisciplinar assente na articulação de áreas tão diversas como os estudos de cultura e comunicação, a sociologia, os estudos literários, a antropologia, os estudos políticos, a economia, os estudos editoriais, entre outras, o objetivo deste dossiê é promover a reflexão sobre o impacto dos novos sistemas de informação e comunicação numa sociedade marcada, por um lado, pela abundância de informação e dados, e, por outro, por uma profunda e generalizada crise de confiança, com todo o potencial de rutura e instabilidade associado a tal cenário.

Lista de subtemas possíveis:

• Hiperconexão, superdiversidade e cidadania na era das redes
• Memória digital, direito ao esquecimento e o papel dos media
• Inteligência artificial, pós-humanismo e tecnologia
• Vigilância, discriminação e algoritmos
• Nacionalismo, cosmopolitismo e globalização nos/dos media
• Nacionalismos, identidades e cidadania na era digital
• Decolonialismo, media alternativos e representação
• Media, cidadania e produção cultural
• Confiança, pós-verdade e desinformação
• Infocracia, capitalismo de vigilância, capitalismo de plataformas
• Hipercultura, cibercultura e a virtualização do real
• Convergência, disjunção e sobreposição entre o digital e o impresso
• Transmediatização, intermedialidade e transposição mediática da obra

Referências Bibliográficas
Arditi, D., Miller, J. (eds.) (2019). The Dialectic of Digital Culture. Lexington Books.
Castells, M. (2009). The Communication Power. Oxford University Press.
Couldry, N. (2012). Media, society, world: social theory and digital media practice. Polity Press.
Furtado, J.A. (2012). Uma Cultura de Informação para o Universo Digital. Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Han, B.C. (2022). Hyperculture: Culture and Globalization. Polity Press.
Hjarvard, S. (2013). The Mediatization of Culture and Society. Routledge.
Lemos, A. (2023). Cibercultura. Tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Editora Sulina.
Rabinovitz, L., Geil, A. (eds.). (2004). Memory Bytes: History, Technology, and Digital Culture. Duke University Press.
Santaella, L. (2022). Neo-Humano: a Sétima Revolução Cognitiva do Sapiens. Paulus.
Zuboff, S. (2019). Surveillance Capitalism: The Fight for a Human Future at the New Frontier of Power. PublicAffairs.

DATAS IMPORTANTES
Abertura da chamada de artigos: 26 de fevereiro de 2024
Data limite para a submissão de artigos: 7 de julho de 2024
Data de publicação do número: 15 de dezembro de 2024

Submissão dos artigos:
A submissão de artigo deve ser feita através da plataforma https://journals.ipl.pt/cpublica/index. É necessário que os autores se registem no sistema antes de submeter um artigo; caso já tenha se registado basta aceder ao sistema e iniciar o processo de 5 passos de submissão.

Os artigos devem ser submetidos através do Modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública. Para mais informações sobre a submissão, consultar Informação para Autores e Instruções para Autores.


Call for papers para a Comunicação Pública n.º 36 (junho de 2024)

Dossiê temático: TECHVOLUTION: EXPLORANDO O NEXO DAS NOVAS TECNOLOGIAS, DOS CONSUMIDORES E DO MARKETING
Editores: Ana Teresa Machado (Escola Superior de Comunicação Social, do Instituto Politécnico de Lisboa) e Zélia Raposo Santos (Escola Superior de Comunicação Social, do Instituto Politécnico de Lisboa)
Línguas: Português; Inglês; Espanhol
Data limite para a submissão de artigos: 22 de fevereiro de 2024

Abstract
As novas tecnologias promovem o empoderamento do consumidor ao oferecer-lhe um amplo acesso a informações e ferramentas que permitem a tomada de decisões fundamentadas e a influência nas práticas de marketing das empresas. Por sua vez, a integração dessas tecnologias digitais pelas empresas possibilita a construção de relacionamentos duradouros com os seus clientes. Nesse contexto, é evidente que o futuro do marketing está intrinsecamente ligado à dinâmica do comportamento do consumidor e às inovações tecnológicas que o impulsionam. Este dossier temático tem como objetivo principal estimular a discussão académica sobre a relação simbiótica entre tecnologia, consumidores e marketing.

Descrição e enquadramento
A transformação económica que acompanha o início do século XXI, caraterizada pela rápida transição de um modelo de produção industrial clássico para um novo cenário assente no desenvolvimento da sociedade digital ou da informação (Castells, 2003; Dobrinskaya, 2020), tem levado a mudanças fundamentais nas empresas e na forma como elas se relacionam com seus clientes (Ritter e Pedersen, 2020).

Segundo Peter Drucker, o único e válido propósito de negócio é a criação de clientes e neste sentido direciona a empresa para duas funções básicas: o marketing e a inovação (Drucker & Maciariello, 2008, p. 30). Invenções tecnológicas, ou novos modelos de negócios, devem ser entendidos e aceites pelo mercado para que se tornem inovações de sucesso. Não é a tecnologia que causa a disrupção no mercado, mas sim, as mudanças na natureza e aspirações do consumidor (Teixeira & Piechota, 2019).

A conectividade onipresente e a força da inteligência artificial têm sido uma força transformadora na evolução socioeconómica da humanidade, alterando a maneira como comunicamos, trabalhamos, consumimos e nos relacionamos com o mundo ao nosso redor (Hollebeek et al., 2019). A evolução tecnológica capacita cada vez mais os consumidores enquanto força motriz das atividades de marketing, proporcionando, atualmente, acesso a grandes quantidades de dados, diversidade de informação, múltiplos canais de comunicação e a capacidade de interagir em tempo real com as marcas e com outros consumidores (Li, Larimo, & Leonidou, 2021). Consequentemente, impulsiona também novos comportamentos e expectativas nos consumidores.

Assente numa cultura “always on”, dada a prevalência dos dispositivos móveis e das plataformas sociais, e com o poder da Inteligência Artificial, bem como da análise simultânea de grandes quantidades de dados de diversas origens e formatos, da Realidade Aumentada, Realidade Virtual e blockchain, os profissionais de marketing têm atualmente a capacidade de entender e atender os consumidores de forma mais aprofundada, fornecer experiências personalizadas e construir relacionamentos duradouros (Buhalis & Volchek, 2021; Cheung, Leung, Yang, Koay, & Chang, 2022). À medida que a tecnologia continua a evoluir, o futuro do marketing, será, sem dúvida, moldado pela dinâmica do comportamento do consumidor e pelas tecnologias inovadoras que o impulsionam (Dwivedi et al., 2021), assistindo-se deste modo a uma relação simbiótica entre estas três identidades: tecnologia, consumidores e marketing.

Objetivos e enfoques pretendidos
Partindo do contexto apresentado, este dossiê temático tem como foco central a análise interdisciplinar da simbiose entre tecnologia, consumidor e marketing. Pretende-se compreender como as mudanças tecnológicas, sociais e culturais estão capacitando os consumidores a desempenhar um papel mais ativo e influente nas suas interações com as empresas, bem como explorar as estratégias de marketing que estão emergindo para se adaptarem a esta realidade.

Com o objetivo de criar um espaço interdisciplinar para a discussão e análise das interações entre tecnologia, consumidores e marketing sob diversas perspetivas, este dossiê temático aceita contribuições que explorem o nexo das novas tecnologias, dos consumidores e do marketing em diversas áreas. Algumas áreas temáticas possíveis, incluem:

Comportamento do Consumidor em Ambientes Digitais: Investigação sobre como os consumidores utilizam a tecnologia digital para tomar decisões de compra e como esses comportamentos impactam as estratégias de marketing.
Personalização e Segmentação de Mercado: Exploração de como as tecnologias avançadas permitem a personalização de produtos, serviços e mensagens de marketing para atender às necessidades individuais dos consumidores.
Redes Sociais e Marketing de Influência: Análise das dinâmicas das redes sociais e do papel dos influenciadores digitais na formação das preferências dos consumidores e nas estratégias de marketing.
Inteligência Artificial e Análise de Dados: Estudos sobre a aplicação da inteligência artificial e da análise de dados na exploração do comportamento do consumidor e previsão de tendências de mercado.
Experiência do Cliente (CX) e Tecnologia: Avaliação de como a tecnologia melhora a experiência do cliente, desde chatbots de atendimento ao cliente até realidade virtual/aumentada.
Comércio Eletrónico e Mobile Marketing: Exploração das tendências e desafios do comércio eletrónico e do marketing em dispositivos móveis.
Inovação em Marketing Digital: Identificação das inovações tecnológicas emergentes e seu potencial impacto nas estratégias de marketing.
Estratégias de Engagement Digital: Análise das táticas e estratégias eficazes para envolver os consumidores em plataformas digitais.
Métricas e Avaliação de Desempenho: Estudos que abordam como as empresas medem o sucesso das suas estratégias de marketing digital e o seu impacto nos resultados do negócio.
Ética e Privacidade Digital: Discussão sobre questões éticas relativas à recolha de dados do consumidor, privacidade e segurança nas estratégias de marketing digital.

DATAS IMPORTANTES
Abertura da chamada de artigos: 9 de outubro de 2023
Data limite para a submissão de artigos: 22 de fevereiro de 2024
Data de publicação do número: 30 de junho de 2024

Submissão dos artigos:
A submissão de artigo deve ser feita através da plataforma https://journals.ipl.pt/cpublica/index. É necessário que os autores se registem no sistema antes de submeter um artigo; caso já tenha se registado basta aceder ao sistema e iniciar o processo de 5 passos de submissão.

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DOSSIÊ TEMÁTICO
O jornalismo na sociedade contemporânea: 20 anos de O Quarto Equívoco

“Aos meus críticos, se os merecer, apenas peço que não leiam este livro à luz do binómio «pessimismo versus optimismo». Seria preferível que o encarassem apenas como uma tentativa para compreender alguns aspectos da crise do jornalismo na sociedade contemporânea. E a crise, como sustenta Morin, possui um «duplo rosto: risco e hipótese, risco de regressão, hipótese de progressão»” (Mesquita, 2003, p.23).

Call for papers para a Comunicação Pública n.º 35 (dezembro de 2023)

Dossiê temático: O JORNALISMO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA: 20 ANOS DE O QUARTO EQUÍVOCO
Editores: Fátima Lopes Cardoso (Escola Superior de Comunicação Social e ICNOVA-Instituto de Comunicação da Nova) e Pedro Marques Gomes (Escola Superior de Comunicação Social, HTC-NOVA FCSH e ICNOVA-Instituto de Comunicação da Nova)
Línguas: Português; Inglês; Espanhol
Data limite para a submissão de artigos: 17 de julho de 2023

Abstract
No ano em que a obra de referência de Mário Mesquita (1950-2022) completa duas décadas de existência, pretende-se, com este número especial da revista Comunicação Pública, reunir estudos que incidam sobre a transversalidade de temas abordados em O Quarto Equívoco – O poder dos media na sociedade contemporânea (MinervaCoimbra, 2003).
O jornalismo cívico, o «poder» do jornalismo ou o jornalismo como contrapoder, as representações mediáticas, a personagem jornalística, a objetividade, a deontologia e a responsabilidade social do jornalista e os acontecimentos cerimoniais são alguns dos pontos de partida para a chamada de trabalhos deste número, que pretende incentivar a continuidade da problematização e discussão pública de questões para as quais Mário Mesquita deu um contributo fundamental.

Descrição e enquadramento
Quando, há 20 anos, Mário Mesquita reuniu em livro um conjunto de trabalhos que tinha criado como jornalista, professor e estudioso das teorias e práticas do jornalismo contemporâneo, marcou incontornavelmente a investigação nesta área. A obra constituiu um contributo inovador e de grande relevância para compreender a natureza complexa do jornalismo e ajudar outros congéneres – jornalistas, estudantes de Ciências Sociais, em particular da Comunicação, e académicos – a analisar, como escreveu, “os múltiplos equívocos que rodeiam o denominado «quarto poder»” (2003, p.19).

Dividido em cinco partes – Atualidades, Poderes, Perspetivas, Deontologias e Cerimoniais –, O Quarto Equívoco – O poder dos media na sociedade contemporânea (MinervaCoimbra, 2003) é o resultado de um percurso de estudo e reflexão sobre os media e o jornalismo ou, como escreveram dois dos seus mestres – Elihu Katz e Daniel Dayan –, resulta da sua “rica experiência adquirida nas suas três vidas, como académico, como jornalista e como ator político” (Katz e Dayan, 2021). Uma obra que continua a inspirar académicos e profissionais de comunicação, demonstrando a sua atualidade e importância.

Há mais de duas décadas, as redações portuguesas davam os primeiros passos na divulgação de notícias através dos meios eletrónicos, investindo na rapidez, as jovens estações de televisão privadas apostavam no direto e o jornalismo, muito por força do pequeno ecrã, conquistava um poder de influência acentuadamente ambivalente. Por um lado, apresentava-se como um aliado da verdade e que queria combater o poder. Por outro, transformava-se no eco das instituições republicanas em crise e manifestava subserviência em relação às figuras do poder e das suas instituições.

O jornalismo, que tem como obrigação transmitir a verdade dos factos e assegurar o distanciamento de qualquer tipo de poderes, seja legislativo, executivo ou judicial, acabava, também, refém dos ditames comerciais e do lucro. “O quarto poder” caricaturado por Orson Welles deixava-se render ao critério de mercado. E esta é apenas uma das muitas facetas do jornalismo como “quatro equívoco” que mereceu a análise de Mário Mesquita: “O poder mediático dissemina informação e institui-se em tribuna de debate, o que deveria incentivar o exercício da cidadania, mas, ao mesmo tempo, agrava a crise, na medida em que facilita «desintermediação» das instituições representativas, acentua a personalização no exercício dos cargos públicos e, por via da espectacularização da notícia, contribui para desenvolver uma atitude de desconfiança cívica” (2003: 17).

Passaram 20 anos sobre a 1ª edição de O Quarto Equívoco e as questões críticas identificadas pela figura ímpar do estudo do jornalismo, que este número da revista Comunicação Pública homenageia, parecem ter-se agudizado, após anos de cortes nos media justificados pela crise económica de 2008, com consequências dramáticas para o exercício do jornalismo, pela inesperada pandemia de Covid-19 e agora de uma conjuntura financeira catastrófica agravada pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia. No entanto, só o conhecimento e o estudo permitem confirmar ou refutar a visão negativa que muitas vezes se anuncia. Mesquita escreveu, a este propósito: “Não me peçam para explicar, em conclusão, que o jornalismo actual está de «melhor» saúde do que há dez ou vinte anos atrás. É provável que assim seja, se isolarmos alguns jornais e seleccionarmos alguns programas de televisão e de rádio, abstraindo do contexto” (2003, p. 255).

Se em Mário Mesquita a análise servia para diagnosticar problemas, levantar hipóteses de estudo e, de alguma forma, apontar caminhos para garantir que os media continuariam a assegurar o pluralismo na informação, este número especial pretende perpetuar essa necessidade crítica que resulta da investigação científica na área do jornalismo e contribuir para perceber que caminhos tem seguido, nos últimos tempos, esta tão nobre “profissão do simbólico”.

Objetivos e enfoques pretendidos
Considerando que as diferentes temáticas e problemáticas analisadas na obra O Quarto Equívoco continuam a manifestar-se no jornalismo e na relação que estabelece com a sociedade e com os diversos poderes que a deveriam servir, procuram-se contributos sobre os seguintes tópicos:
• Jornalismo como contra poder, como quarto poder ou aliado dos poderes
• Objetividade ou construção na cobertura da notícia
• Os acontecimentos mediáticos e os rituais de celebração
• As representações do jornalismo
• Retóricas do texto e da imagem jornalística
• Critérios de seleção na era da instantaneidade
• Informação versus infotainment: a euforia mediática nos diretos televisivos
• Jornalismo cívico: a responsabilidade social dos media
• Entre o mercado, a ética e a deontologia: fronteiras de desequilíbrio
• O ensino do jornalismo

DATAS IMPORTANTES
Abertura da chamada de artigos: 1 de março de 2023
Data limite para a submissão de artigos: 17 de julho de 2023
Data de publicação do número: 15 de dezembro de 2023

Submissão dos artigos:
A submissão de artigo deve ser feita através da plataforma https://journals.ipl.pt/cpublica/index. É necessário que os autores se registem no sistema antes de submeter um artigo; caso já tenha se registado basta aceder ao sistema e iniciar o processo de 5 passos de submissão.

Os artigos devem ser submetidos através do Modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública. Para mais informações sobre a submissão, consultar Informação para Autores e Instruções para Autores.


Call for papers para a Comunicação Pública n.º 34 (junho de 2023)

Dossiê temático: ESTUDOS EM AUDIOVISUAL E MULTIMÉDIA
Editores: Catarina Duff Burnay (Faculdade de Ciências Humanas, da Universidade Católica Portuguesa) e Paulo Nuno Vicente (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa)
Línguas: Português; Inglês; Espanhol
Data limite para a submissão de artigos: 13 de fevereiro de 2023

Abstract
As potencialidades do digital têm desafiado as assunções instaladas sobre o audiovisual e o multimédia como contextos e objetos de estudo. Multiplicam-se os ecrãs, hibridizam-se os aparatos de acesso a conteúdos, os media emergentes ganham centralidade nos quotidianos, os textos fragmentam-se e complexificam-se, o receptor adquire um estatuto duplo e simultâneo de consumidor e produtor. O dossiê temático “Estudos em Audiovisual e Multimédia” tem, assim, como objetivo explorar as dinâmicas dos processos de criação, distribuição e receção, mapear as suas principais alterações tecnológicas e sociais e perspetivar e compreender os impactos na indústria e nas práticas culturais dos indivíduos.

Descrição e enquadramento
Kyle Nichols (2006), ao discutir o futuro da televisão, substituía o conceito de broadcast por algo próximo da engenharia genética, com os telespectadores a trabalhar nos seus laboratórios multimédia pessoais, juntando conteúdos, canais e plataformas de acordo com os seus gostos e vontades. Quase duas décadas depois, esta realidade ganha dimensão, em especial junto da população mais jovem. Nascida e/ou criada dentro de uma bolha tecnológica evoluída, as gerações must see tornam-se proficientes na escolha e acesso dos/aos conteúdos e, em consequência, na satisfação imediata das suas necessidades informativas e recreativas. De forma ainda atual, o autor previa que os mais velhos mantivessem uma relação estreita com a televisão e com o televisor, transformando o flow de Raymond Williams (1974) numa estratégia mais da recepção do que da própria produção. Se este cenário, marcado pela diversificação de fontes de acesso, aumento da oferta e aprimoramento técnico dos devices, flexibiliza e potencia o consumo, cresce a pressão e a exigência junto das entidades produtoras. Confrontadas com um ambiente mediático sem fronteiras definidas, onde a internet ganha o estatuto de medium ao viabilizar experiências e conteúdos de forma direta (Johnson, 2019), estas têm de escolher as “guerras”, as “armas” e as “tácticas”, de acordo com a sua natureza, posicionamento, recursos e objetivos de mercado para a tomada de decisões.

Ciclicamente, a tecnologia potencia a emergência de novos objetos culturais (Manovich, 2001), num processo de convergência mediática (Meikle & Young, 2012), tornando-se determinante atentar, para lá das plataformas de produção e distribuição e das formas de acesso, ao entorno técnico e aos impactos sociais. Neste sentido, e numa abordagem aos desenvolvimentos da última década, tem de se olhar criticamente, por exemplo, os princípios da Inteligência Artificial para melhor compreender as implicações das buzzwords automação, algoritmo e sistemas de recomendação quando usadas numa referência às plataformas de streaming de vídeo, às redes sociais digitais ou mesmo aos projetos editoriais digitais. Em paralelo, é importante destrinçar e analisar os efeitos sociotécnicos da sua utilização nos processos de decisão, nos níveis de envolvimento dos utilizadores (com as plataformas e conteúdos), nas performances mercadológicas e, de uma forma mais lata, nas implicações da potencial dataficação da vida e dinâmicas sociais (Møller Hartley et al., 2021; Couldry, 2020; Van Dijck, 2014).

O contexto descrito tem vindo a moldar aquilo que se entende por televisão (Lotz, 2007, 2017, 2018, 2021, 2022), mas também por audiovisual e multimédia enquanto conceitos. A junção do som e da imagem em movimento, embora conectada de forma direta ao pequeno ecrã, representa aparatos e conteúdos a operar em simultâneo de uma forma mais alargada e marcadamente inter, multi e trans media. Estas dinâmicas têm, ainda, de ser perspetivadas e trabalhadas de acordo com os campos sociais em que se efectivam e os habitus dos diferentes grupos sociodemográficos (Bourdieu, 1976) e com os ambientes geográficos e culturais em que operam, tendo em conta as oportunidades e constrangimentos proporcionados pelos contextos de globalização (Giddens, 1995; Featherstone et al., 1995), assim como pelas ideias de mobilidade, representações e identidades (Morley, 2000; Hall, 1997; Hall & du Gay, 1996).

Objetivos e enfoques pretendidos
Tendo como pano de fundo estas linhas de pensamento, o dossiê temático “Estudos em Audiovisual e Multimédia” aceita contribuições que cruzem diferentes experiências de produção/criação e recepção, entre outras, nas seguintes áreas temáticas:
• Pós-Televisão e “ecranização” da sociedade
• Plataformas de streaming audiovisuais: produção, distribuição e consumos
• Conteúdos multimédia e ludificação
• Plataformização do gosto
• Automação e Big Data
• Algoritmos e Literacia Algorítmica
• Audiovisual, Representações e Identidades
• Regulação/regulamentação dos novos ambientes mediáticos
• Medição de audiências, estudos de recepção, fandom
• Produção audiovisual e sustentabilidade (green production)
• Novas narrativas dos media: géneros, formatos, estratégias
• Linguagem e práticas multimédia (universos narrativos)
• Jogos Digitais Interativos
• Realidade Virtual, Aumentada e Realidades Mistas
• Arquivo(s) e Memória(s)
• Práticas imersivas (jornalismo, entretenimento, ficção)

DATAS IMPORTANTES
Abertura da chamada de artigos: 15 de setembro de 2022
Data limite para a submissão de artigos: 13 de fevereiro de 2023
Entrega das versões finais: 15 de maio de 2023
Data de publicação do número: 30 de junho de 2023

Submissão dos artigos:
A submissão de artigo deve ser feita através da plataforma https://journals.ipl.pt/cpublica/index. É necessário que os autores se registem no sistema antes de submeter um artigo; caso já tenha se registado basta aceder ao sistema e iniciar o processo de 5 passos de submissão.

Os artigos devem ser submetidos através do Modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública. Para mais informações sobre a submissão, consultar Informação para Autores e Instruções para Autores.


Call for papers para a Comunicação Pública n.º 33 (dezembro de 2022)

Dossiê temático: LITERACIA MEDIÁTICA: ESTRATÉGIAS PARA FORTALECER A CIDADANIA E A DEMOCRACIA
Editores: Ricardo Morais (IADE – Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação, Universidade Europeia; Universidade da Beira Interior/LabCom) e Patrícia Silveira (IADE – Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação, Universidade Europeia; CECS – Universidade do Minho)
Línguas: Português; Inglês; Espanhol
Data limite para a submissão de artigos: 7 de julho de 2022

Abstract
Nos últimos anos, temos assistido a um ataque violento contra os valores da democracia. O crescimento de populismos e de governos autoritários tem contribuído para um retrocesso democrático. Neste contexto de ameaça à democracia liberal, a cidadania e a participação cívica estão, também, em risco. Urge, por isso, refletir sobre o crescimento destas tendências, mas sobretudo é necessário compreender que num cenário dominado pela comunicação mediática e digital, e pela desinformação, é fundamental desenvolver uma literacia para a cidadania, participação e democracia.

Descrição e enquadramento
Nos últimos anos têm sido vários os fenómenos que têm colocado à prova os valores democráticos, ao ponto de hoje podermos falar de um retrocesso das democracias liberais em todo o mundo (V-Dem 2020; Democracy Index, 2019). As transformações políticas que se têm verificado em países como a Hungria, a Turquia ou o Brasil, com a eleição de líderes populistas e a constituição de governos antidemocráticos, são apenas algumas das faces visíveis de um problema maior, que atinge a sua máxima expressão com o aumento do número de autocracias, que é hoje superior ao das democracias, algo que não se verificava desde 2001 (V-Dem, 2020, p. 6).

Os investigadores têm explicado grande parte destas transformações com base na ideia de que os cidadãos deixaram de confiar “no sistema político e nas instituições democráticas” (Belchior, 2015). Essa desconfiança estaria na origem do descontentamento dos cidadãos e na base da sua adesão a políticos populistas, que defendem medidas nacionalistas, protecionistas, mas sobretudo restritivas das liberdades e direitos individuais.

Os meios de comunicação têm sido usados, neste processo, como os principais canais para transmitir as ideias populistas, mas quando estes não estão disponíveis, são as plataformas digitais os veículos privilegiados para atacar os media tradicionais, veicular desinformação e fomentar a polarização dos discursos. Neste contexto, a questão que se coloca é então a de saber se os cidadãos estão preparados para compreender e avaliar criticamente a diversidade de mensagens às quais são expostos na sociedade contemporânea.

O ritmo acelerado com que as informações circulam, sobretudo no mundo digital, aliado às transformações que se verificaram na produção de conteúdos (Bruns, 2007; Anderson, Bell & Shirky, 2014), vieram reforçar a importância de promover a literacia mediática e digital, enquanto estratégia de desenvolvimento democrático. A compreensão crítica e a participação ativa são assim a base de todas as democracias, na medida em que a ausência destas competências impede determinados setores da sociedade de fazerem escolhas informadas, expondo-os a conteúdos falsos e afetando a natureza e qualidade do debate público.

É neste contexto que entendemos que é necessário consolidar o conhecimento científico sobre o conhecimento e as perceções que os cidadãos têm sobre o processo democrático, a participação cívica e a cidadania. Não se trata simplesmente de analisar o que sabem os públicos, sobre os políticos ou as instituições políticas. Pensar numa literacia para a cidadania e democracia é entrar no campo mais amplo da identificação de um conjunto de competências sem as quais os cidadãos não seriam capazes de agir criticamente, em contexto democrático. Neste sentido, esta chamada de trabalhos pretende recolher contributos teóricos e empíricos que possam ajudar a refletir sobre a importância desta literacia para a cidadania e democracia, e mais concretamente que competências devem ser desenvolvidas e que ferramentas podem ser utilizadas para ajudar a combater o retrocesso democrático. Entre outras, procuram-se obter respostas para as seguintes questões: Como preparar os cidadãos para participarem criticamente no processo democrático? Que tipo de conhecimentos, atitudes e competências são essenciais para o exercício da cidadania na era digital? A quem devem ser dirigidas as ações de literacia mediática? Que estratégias podem ajudar a fomentar o interesse dos jovens pela democracia?

Objetivos e enfoques pretendidos
Considerando que a literacia para a cidadania e democracia é o eixo central desta chamada de trabalhos, procuram-se contributos que tenham em conta os seguintes tópicos, embora não tenham de se limitar a eles:
• Literacia mediática, cidadania e democracia
• Desinformação e literacia informacional
• Populismos, polarização e literacia digital
• Exclusão digital, ensino e literacia mediática
• Literacia política e participação cívica
• Políticas públicas e literacia mediática
• Tecnologia, literacia e cidadania digital

DATAS IMPORTANTES
Abertura da chamada de artigos: 1 de março de 2022
Data limite para a submissão de artigos: 7 de julho de 2022
Data limite de envio do parecer de avaliação dos artigos: 15 de outubro de 2022
Entrega das versões finais: 1 de novembro de 2022
Data de publicação do número: 15 de dezembro de 2022

Submissão dos artigos:
A submissão de artigo deve ser feita através da plataforma https://journals.ipl.pt/cpublica/index. É necessário que os autores se registem no sistema antes de submeter um artigo; caso já tenha se registado basta aceder ao sistema e iniciar o processo de 5 passos de submissão.

Os artigos devem ser submetidos através do Modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública. Para mais informações sobre a submissão, consultar Informação para Autores e Instruções para Autores.


Call for papers para a Comunicação Pública n.º 32 (junho de 2022)

Dossiê temático: PUBLICIDADE: NOVOS FORMATOS, NOVOS CONTEÚDOS
Editores: Jorge Veríssimo (Escola Superior de Comunicação Social) e Sara Balonas (Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho)
Línguas: Português; Inglês; Espanhol
Data limite para a submissão de artigos: 20 de janeiro de 2022

Abstract
Após décadas de predomínio dos meios tradicionais ou meios offline (TV, imprensa, rádio, outdoors), o mundo da publicidade voltou-se para o online, para o digital e interativo (sites, “apps”, redes sociais, videogamese-newse-mailings e muitos outros “e”).
Com estas alterações emergiram novos formatos, a necessidade de reorganização das estruturas das agências, a re-definição das competências profissionais dos publicitários, de forma poderem adequar conteúdos ao novo paradigma digital.
Passado um período de ajustamento, importa mapear e refletir criticamente as novas práticas, os novos formatos e os novos conteúdos que emergiram desta “destruição criativa” (Schumpeter, 1942) para que, em definitivo, o campo da publicidade se reencontre com a sua identidade, permitindo que praticantes e estudiosos continuem a contribuem para o que um dia Williams apelidou de “Sistema Mágico” (1960).

Descrição e enquadramento
À semelhança de outras áreas de atividade, a publicidade passou por profundas alterações entre o final do século XX e o início deste século. Sendo um reflexo das mutações que ocorrem na sociedade, a publicidade foi profundamente atingida pela revolução tecnológica, mas também pela recessão económica e pela desconfiança dos cidadãos, cada vez mais esclarecidos, mas desconfiados. Acresce que decisores e empresários passaram a privilegiar soluções de comunicação mais rápidas, mais económicas e até mais ecológicas.

No primeiro momento, a mudança de paradigma parecia ameaçar as velhas rotinas de comunicação, confortavelmente instaladas nas agências de publicidade. A publicidade, tal como a conhecíamos, parecia ter os dias contados, num claro processo de destruição criativa (Schumpeter, 1942). Chegou mesmo a ser vaticinada a sua morte (Rust & Oliver, 1994; Bradford, 2017).

Contudo, um novo ecossistema publicitário emergiu, com a reorganização das estruturas das agências e integração de novas competências profissionais dos publicitários, de forma a poderem adequar conteúdos ao novo paradigma digital. Importa, pois, compreender e problematizar os desafios e as possibilidades que se colocam, hoje, aos publicitários.

Por via da capacidade oferecida pela tecnologia da Web, pelas valências do 3D, da animação e do grafismo digital e pela ação do próprio marketing digital, surgem novos formatos de publicidade online que coexistem entre si e oferecem múltiplas possibilidades estratégicas (Auladell, 2015). Formatos que vão do tradicional banner às janelas de pop-up e aos vídeos publicitários.

Este tipo de publicidade em vídeo, a que também é possível aceder via telemóvel, está a desempenhar um papel fundamental na publicidade, não só pela criatividade que é aplicada nos seus conteúdos, como também pela possibilidade de estes serem partilhados, entre consumidores, através das redes sociais. Como referem Dahlen e Rosengren, “os consumidores agora controlam não apenas o que recebem, mas também procuram participar ativamente no processo publicitário” (2016, p. 336). Os anunciantes, por sua vez, contam, cada vez mais, com as sugestões dos consumidores (Dahlen & Rosengren, 2016), convidando-os até a cocriar e a participar em vários aspetos da produção da publicidade (Lawrence, Fournier & Brunel 2013). É a época da “publicidade entretenimento, potenciada pelo efeito viral, através de mail ou blogues (numa primeira fase) e, mais tarde, através das redes sociais – Youtube, Facebook ou Instagram – que tornaram possível a partilha de filmes publicitários em rede” (Balonas, 2018, p. 16).

Novas plataformas e novas competências conduzem, necessariamente, a novas tensões e incertezas, nomeadamente do que diz respeito à intensidade e frequência dos apelos publicitários e o desgaste nos processos percetivos; à desvalorização da profissão por via dos novos produtores de conteúdos – os prosumers; ou à valorização da função entretenimento da publicidade espetáculo (Lipovestky, 2000) em detrimento da sua eficácia.

Por conseguinte, importa mapear e refletir criticamente as novas práticas, os novos formatos e os novos conteúdos que emergiram desta “destruição criativa” (Schumpeter, 1942) para que, em definitivo, o campo da publicidade se reencontre com a sua identidade, encontre as suas forças e se mantenha como um reservatório do qual extraímos as várias visões do mundo (Volli, 2003, p.7).

Objetivos e enfoques pretendidos
Atendendo à revolução tecnológica iniciada no final do século passado e à emergência da internet e dos media digitais, que criaram uma nova ordem na organização e na divulgação de conteúdos, atingindo, também, a publicidade, pretende-se conceber um dossier temático cujos artigos abordem as temáticas relacionadas com:
• a produção de conteúdos publicitários e a criatividade em publicidade
• a adequação dos conteúdos publicitários aos novos formatos
• o contributo dos consumidores para a eficácia publicitária
• consumidores: perfil e expectativas
• as narrativas transmedia em publicidade
• a eficácia publicitária e a publicidade “entretenimento”
• dialética entre media tradicionais e novos media
• modelos das agências de publicidade perante o novo paradigma
• a formação dos futuros profissionais de publicidade
• conteúdos emergentes e publicidade na esfera social

DATAS IMPORTANTES
Abertura da chamada de artigos: 4 de outubro de 2021
Data limite para a submissão de artigos: 20 de janeiro de 2022
Data limite de envio do parecer final: 30 de abril de 2022
Entrega das versões finais: 15 de maio de 2022
Data de publicação do número: 30 de junho de 2022

Submissão dos artigos:
A submissão de artigo deve ser feita através da plataforma https://journals.ipl.pt/cpublica/index. É necessário que os autores se registem no sistema antes de submeter um artigo; caso já tenha se registado basta aceder ao sistema e iniciar o processo de 5 passos de submissão.

Os artigos devem ser submetidos através do Modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública. Para mais informações sobre a submissão, consultar Informação para Autores e Instruções para Autores.


Call for papers para a Comunicação Pública n.º 31 (dezembro de 2021)

Dossiê temático: OS NOVOS TERRITÓRIOS DO PODCAST
Editores: Ana Isabel Reis (Faculdade de Letras, da Universidade do Porto) e Fábio Ribeiro (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro)
Línguas: Português; Inglês; Espanhol
Data limite para a submissão de artigos: 15 de julho de 2021

Nos últimos anos tem-se registado um aumento significativo no consumo de Podcast, numa tendência que parece já não ser exclusivamente internacional. Em Portugal, durante o confinamento provocado pela pandemia da Covid-19, no primeiro trimestre de 2020, seguiu-se essa tendência. Dirigido tanto para as grandes audiências como para pequenos nichos hiperespecializados, o Podcast tem vindo a ser utilizado não apenas pelos meios de comunicação, mas também nas mais diferentes áreas: da política às relações públicas, do ensino à comunicação organizacional, da cultura ao desporto. O dossiê “Os novos territórios do Podcast” tem por objetivo explorar esse carácter multifacetado do Podcast.

O Podcast nasceu à margem dos média tradicionais e é assim que se tem afirmado e crescido. O precursor do Podcast, o audioblogue, surgiu em 2001 (Gallego, 2010), mas só em 2004 a palavra aparece pela primeira vez num artigo do jornal The Guardian sobre a descarga de ficheiros áudio na Internet. Berry (2006) define Podcast como conteúdos áudio criados em formato .mp3, que se podem subscrever, receber, descarregar e ouvir em diversos dispositivos. O Podcast pode ser criado por produtores de rádio independentes, artistas e rádio amadores (Bonini, 2015), ou pode ser produzido pelos média, instituições de ensino, empresas, partidos políticos e órgãos de poder, agentes culturais e desportivos, movimentos da sociedade civil e cidadãos anónimos. É um formato que não precisa de um estúdio ou equipamento profissional. No entanto, a definição de Podcast não é consensual entre académicos. Para Berry (2006), o Podcast não é apenas uma nova plataforma de distribuição, mas um novo meio em si mesmo, que seria o resultado da junção do áudio da internet e dos dispositivos portáteis, e que ainda procura uma identidade própria desligada da rádio.
Se o Podcast era uma produção amadora do tipo ‘do-it-yourself’, numa segunda fase encontrou formas de se sustentar financeiramente como um meio de comunicação comercial (Bonini, 2015), impulsionado pelo crowdfunding, pelo uso generalizado dos smartphones e pela criatividade de uma nova geração de produtores. Dirigido a nichos de audiência, tanto amplia a voz de figuras mediáticas, como revela protagonistas anónimos.
Os média utilizam-no para diversificar conteúdos e angariar audiências (Reis, 2018); os movimentos da sociedade civil e o poder político encontraram no Podcast uma nova via de difusão de ideias; as empresas usam-no como uma estratégia de construção de imagem corporativa; os professores integram-na como ferramenta pedagógica; para os agentes culturais é uma forma de expressão artística. As audiências ouvem, mas também produzem os seus próprios Podcasts, usando-os como um meio de interação (Oliveira e Ribeiro, 2015) e uma ferramenta de democratização do acesso à informação e ao discurso (Herschmann e Kischinhevsky, 2008). Os últimos anos têm sido de crescimento sobretudo entre os jovens e os relatórios recentes da área preveem que essa tendência se acentue e afirme.
Os estudos sobre o Podcast têm sido genéricos e incidido sobretudo na sua ligação com a rádio. Este número da Comunicação Pública não pretende descortinar a influência do contexto pandémico na emergência do Podcast. Pretende-se, essencialmente, examinar as novas relações de sociabilidade que o Podcast ensaiou, formatos e modelos de financiamento, medir o crescente interesse dos média em promover Podcasts próprios, estendendo até territórios menos habituais como a comunicação organizacional, atividade política ou cívica. Nesse sentido, este dossiê visa contribuir para o conhecimento científico sobre o Podcast nos estudos de média e noutras áreas em que se tem vindo a desenvolver bem como as suas audiências. Os artigos podem ter como referência os seguintes tópicos:
• Podcast e jornalismo
• Podcast na comunicação organizacional
• Podcast e comunicação política
• Podcast e Rádio
• Podcast e audiências
• Podcast e ensino
• Podcast e modelos de financiamento
• Estratégias de produção de podcasts
• Podcast e ativismo
• Podcast e entretenimento

DATAS IMPORTANTES
Abertura da chamada de artigos: 1 de março de 2021
Data limite para a submissão de artigos: 15 de julho de 2021
Data limite de envio do parecer final: 15 de outubro de 2021
Entrega das versões finais: 1 de novembro de 2021
Data de publicação do número: 15 de dezembro de 2021

Submissão dos artigos:
Os artigos devem ser submetidos, através do Modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública, à Comunicação Pública para o seguinte endereço electrónico cpublica@escs.ipl.pt. No assunto do e-mail deve constar: Dossiê temático 06_NTP

Aceitam-se artigos em Inglês, Espanhol ou Português. As colaborações propostas à Comunicação Pública devem ser enviadas em Microsoft Word e conter um resumo (máximo de 900 caracteres), 5 palavras-chave na língua em que estão escritos e também em inglês (no caso de o artigo não estar escrito nesta língua) e os dados de identificação do autor (instituição, categoria, elementos de contacto e área de especialização). Os textos completos dos artigos, com anexos e referências, não devem exceder 50.000 caracteres, incluindo espaços, notas, bibliografia, quadros, imagens, etc.; os estudos, notas e recensões individuais não deverão ultrapassar os 10.000 caracteres.

Para mais informações, consultar as Normas de Publicação e o Modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública.

Os autores individuais ou coletivos dos artigos publicados renunciam aos seus direitos de autor a favor da Comunicação Pública.


Call for papers para a Comunicação Pública n.º 30 (junho de 2021)

Dossiê temático: PUBLICIDADE EM TEMPOS DE PANDEMIA: NOVOS DESAFIOS E ABORDAGENS (Advertising in times of pandemics: new challenges and approaches)
Editores: Elsa Simões e Sandra Tuna (Universidade Fernando Pessoa)
Línguas: Português; Inglês; Espanhol
Data limite para a submissão de artigos: 1 de fevereiro de 2021

A publicidade é, e tem sido desde sempre, um importante indicador de mudanças sociais, em todas as áreas. Mesmo quando confrontada com situações extremas, tais como a que vivemos presentemente, as sociedades ocidentais contemporâneas mantêm a necessidade de prosseguir os seus processos, na medida em que as rodas da economia das quais dependemos têm de continuar a girar, independentemente dos percalços que ameaçam bloquear o sistema. A publicidade tem, portanto, que se adaptar de forma rápida e eficaz à alteração profunda de paradigma que a pandemia provocou: ao mesmo tempo que as novas mensagens publicitárias enfatizam a necessidade de manter vivo o processo de consumo, têm necessidade de acentuar visivelmente o facto de haver consonância total de interesses entre anunciante e consumidor.
A forma como a publicidade integra os contextos em que é produzida, explica a designação de espelho social que lhe é atribuída. Como discurso persuasivo e promocional, aponta-se-lhe um papel na confirmação, corroboração e modelação de comportamentos, estereótipos e valores. Esta avaliação é raramente neutra: vários são os que lhe apontam efeitos negativos e até perniciosos, na medida em que a habituação a uma cultura promocional a que estamos constantemente sujeitos (Myers, 1998) inevitavelmente afeta a forma como nos entendemos como indivíduos e o modo como encaramos a realidade (entre outros, Cortese, 2016); por outro lado, outros críticos veem neste discurso possibilidades reais de intervenção social em várias áreas (entre outros, Cook, 2001), que podem contribuir para uma maior coesão social, pois o discurso publicitário constitui-se como um ‘texto cultural partilhado’ (Cluley, 2017; Cluley & Brown, 2014). Torna-se, assim, crucial avaliar o papel da publicidade em circunstâncias extremas, tais como as crises de saúde pública, que afetam todos os setores sociais. As epidemias e pandemias, como a que se vive hoje com o COVID-19, são exemplos desses momentos, que evidenciam o papel da comunicação, incluindo a comunicação publicitária. Estudos anteriores sobre epidemias graves salientam o papel da publicidade, não só pelo facto de esta se encontrar originalmente ligada à promoção de medicamentos, revelando a forma como estes eram percecionados pela sociedade, mas também, especificamente, pela sua intervenção ao divulgar questões de saúde pública (Almeida, 2014).
Impõe-se analisar e estudar a forma como a publicidade acompanha e reflete os desenvolvimentos da atual pandemia, ainda em curso. É igualmente premente a necessidade de uma reflexão sobre os motivos subjacentes à forma de atuação deste discurso, e que obrigam a debruçarmo-nos sobre a sua natureza, tendo em conta as posições (por vezes extremadas) enunciadas por críticos e defensores: haverá, neste caso concreto, real preocupação e consonância de interesses entre publicitários e público, tendo em conta a situação excecional que vivemos? Ou será esta apenas (mais) uma estratégia ao serviço dos interesses de quem tem de vender, independentemente das circunstâncias?
Neste momento, a publicidade mostra-se à altura dos desafios. Campanhas desenvolvidas antes da pandemia sofreram adaptações, enfatizando a necessidade de reclusão, num primeiro momento; aposta-se em material original; logotipos são alterados; grandes marcas criam anúncios longos, onde se instilam sentimentos de otimismo. Uma das formas de escape oferecida é a aquisição – do produto certo, manuseado e entregue de forma segura. A inatividade torna-se útil, o processo de consumo mantém-se inalterado e a reclusão é uma oportunidade para explorar os recursos interiores. Uma mensagem unificada incentiva à vigilância e cooperação, em consonância com a narrativa oficial do governo, criando um efeito de associação (Perloff, 2017), e recorrendo à combinação de argumentos racionais com estruturas narrativas que apelam à emoção, o que potencia a apropriação subjetiva e individual da mensagem (Zheng et al., 2019). A publicidade mostra assim a sua resiliência (Altstiel et al., 2020; Belch & Belch, 2017).
É objetivo deste dossiê reunir um conjunto de artigos que analisem algumas das questões aqui levantadas e que se constituam como representativos do estado da arte deste discurso em tempos de COVID-19. De modo a obtermos uma diversidade de contribuições, serão privilegiados artigos que reúnam uma abordagem teórica com uma abordagem empírica, eventualmente incluindo perspetivas comparativas com outros momentos de crise, onde campanhas publicitárias específicas sejam analisadas, à luz das ideias principais que estruturam este dossiê: (1) os diferentes modos como as recentes campanhas publicitárias exploram a presente situação e as estratégias a que recorrem para o fazer, de modo a manter, na medida do possível, o status quo pré-pandemia no que diz respeito a hábitos de consumo; (2) a questão da manutenção e eventual reforço das imagens de marca dos anunciantes, ao apresentarem-se como agentes ativos e empenhados na promoção da saúde física e mental em tempos de crise; (3) a análise discursiva, designadamente, a forma como o discurso publicitário integra, contraria ou corrobora os discursos políticos e a opinião pública; (4) as estratégias de adaptação da publicidade aos diferentes momentos e constantes mutações da comunicação emanada pelos órgãos de saúde pública e governativos.
Apresentamos abaixo temas possíveis (não exaustivos) para contribuições:
­• Impacto da pandemia COVID-19 nas estratégias criativas publicitárias;
• Formas de adaptação da publicidade aos desafios colocados pela pandemia;
• Impacto da pandemia na escolha de meios de divulgação publicitária;
• Papel da publicidade na divulgação de mensagens sobre questões de saúde pública e comportamento social;
• Impacto da pandemia na publicidade enquanto sector económico;
• Formas de adaptação da publicidade às alterações da situação;
• Perceções relativamente ao posicionamento da publicidade durante a pandemia.

DATAS IMPORTANTES
Abertura da chamada de artigos: 28 de outubro de 2020
Data limite para a submissão de artigos: 1 de fevereiro de 2021
Data limite de envio do parecer final: 30 de abril de 2021
Entrega das versões finais: 15 de maio de 2021
Data de publicação do número: 30 de junho de 2021

Submissão dos artigos:
Os artigos devem ser submetidos, através do Modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública, à Comunicação Pública para o seguinte endereço electrónico cpublica@escs.ipl.pt. No assunto do e-mail deve constar: Dossiê temático 05_PTP

Aceitam-se artigos em Inglês, Espanhol ou Português. As colaborações propostas à Comunicação Pública devem ser enviadas em Microsoft Word e conter um resumo (máximo de 900 caracteres), 5 palavras-chave na língua em que estão escritos e também em inglês (no caso de o artigo não estar escrito nesta língua) e os dados de identificação do autor (instituição, categoria, elementos de contacto e área de especialização). Os textos completos dos artigos, com anexos e referências, não devem exceder 50.000 caracteres, incluindo espaços, notas, bibliografia, quadros, imagens, etc.; os estudos, notas e recensões individuais não deverão ultrapassar os 10.000 caracteres.

Para mais informações, consultar as Normas de Publicação e o Modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública.

Os autores individuais ou coletivos dos artigos publicados renunciam aos seus direitos de autor a favor da Comunicação Pública.


A Comissão Editorial da revista Comunicação Pública, publicação da Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa, convida professores do ensino superior e investigadores com larga experiência a apresentarem propostas de dossiês temáticos a serem publicados no período entre 2021 e 2023.
Prazo: 20 de novembro de 2020

1. Apresentação de propostas
A proposta de dossiês temáticos deverá conter os seguintes elementos:
1.1. Nome, grau académico e vínculo institucional do/a(s) organizadores(as);
1.2. Dados curriculares dos proponentes (máximo 100 palavras);
1.3. Resumo e abstract (até 600 caracteres);
1.4. Descrição e enquadramento da proposta (até 3500 caracteres), incluindo os seguintes elementos:
• título (português e inglês);
• objetivos e enfoques pretendidos;
• justificação da relevância;
• referências bibliográficas relevantes sobre o tema (não mais que 10);
• lista de subtemas a serem desenvolvidos.
As propostas deverão ser enviadas em formato .doc ou .docx para cpublica@escs.ipl.pt (Assunto: Proposta de dossiê – seleção 2021-2023) até as 23h59min do dia 20 de novembro de 2020.

2. Avaliação das propostas de dossiês temáticos
2.1. Os organizadores dos dossiês devem ter o grau de doutor e reconhecida liderança na sua área.
2.2. As propostas recebidas serão analisadas pela Comissão Editorial da Comunicação Pública tendo em conta os critérios do presente edital.
2.3. Serão considerados como critérios fundamentais da avaliação:
­• originalidade, principalmente em relação às temáticas de dossiês anteriormente publicados na Comunicação Pública;
­• relevância e atualidade;
­• clareza e coerência;
­• abrangência da temática, de modo a permitir, inclusive, a diversidade nacional e internacional dos artigos;
­• adequação ao projeto editorial da Comunicação Publica.
2.4. Serão excluídas as propostas que não atenderem aos critérios que regem as normas de publicação da Comunicação Pública.
2.5. A Comissão Editorial ficará responsável pela avaliação de dossiês e divulgação dos resultados até ao dia 20 de janeiro de 2021.

3. Processo de avaliação das propostas de dossiês e respetivos artigos
3.1. Depois de aprovados os dossiês, a Comunicação Pública fará uma chamada pública para artigos referentes às temáticas dos dossiês aprovados.
3.2. A primeira etapa da avaliação, a escolha de artigos pertinentes a cada dossiê, ficará sob a responsabilidade do organizador com a supervisão da Coordenação Editorial.
3.3. A segunda etapa da avaliação do mérito dos artigos seguirá a mesma dinâmica dos artigos avulsos publicados pela Comunicação Pública (double blind refereeing).
3.4. A terceira etapa remete para a organização do dossiê. Esta etapa é da responsabilidade do organizador com a supervisão da Coordenação Editorial.
3.5. Depois de aprovados, todos os dossiês e artigos entrarão em fase de produção independentemente da ordem de publicação estabelecida pela Coordenação Editorial. Esta norma visa proteger a revista dos atrasos e cancelamento dos dossiês.

4. Atribuições dos organizadores dos dossiês aprovados para publicação
Compete ao(s) organizador(es) do dossiê:
4.1. divulgar o dossiê e incentivar o envio de artigos para a chamada pública;
4.2. participar, conjuntamente com a Coordenação Editorial da Comunicação Pública, na escolha dos artigos pertinentes a submeter a double blind refereeing;
4.3. preparar um texto de apresentação que problematize, sob o ponto de vista académico, o tema escolhido, e enquadre os artigos selecionados;
4.4. organizar a versão final do dossiê, com a supervisão da Coordenação Editorial;
4.5. informar a Coordenação Editorial a respeito de eventuais imprevistos relativos à publicação.

5. Política editorial relativa aos dossiês
5.1. Os originais dos artigos integrantes dos dossiês serão submetidos a revisores (double blind peer review), obedecendo às mesmas regras dos artigos avulsos.
5.2. Em princípio, serão publicados três dossiês no triénio 2021-2023.
5.3. Caberá à Coordenação Editorial escolher as datas de publicação dos dossiês.
5.4. Só serão publicados dossiês que tiverem o mínimo de 3 (três) artigos com pareceres favoráveis.
5.5. Em caso de impossibilidade de publicação de algum dos dossiês aprovados, será convidado o próximo classificado e assim sucessivamente caso seja necessário.
5.6. Os artigos aprovados dos dossiês cancelados poderão ser publicados como artigos avulsos para atenuar os problemas advindos do cancelamento.
5.7. Os casos omissos serão analisados pela Coordenação Editorial.


Call for papers para a Comunicação Pública n.º 29 (dezembro de 2020)

Dossiê temático: COMUNICAR A SAÚDE – FUNDAMENTOS E PRÁTICAS PARA UMA MELHOR SAÚDE
Editores: Célia Belim (ISCSP-Universidade de Lisboa, CAPP) e Cristina Vaz de Almeida (CAPP-ISCSP-Universidade de Lisboa; ISPA)
Línguas: Português; Inglês; Espanhol
Data limite para a submissão de artigos: 15 de julho de 2020

O dossiê “Comunicar a saúde – fundamentos e práticas para uma melhor saúde” destina-se a abordar a comunicação no contexto da saúde, explorando a codificação, transmissão, promoção e receção de conteúdos em saúde que visem atingir melhores resultados em saúde e contribuir para indivíduos e sociedades mais saudáveis.
A literatura tende a enfatizar a comunicação como um catalisador de resultados (Levinson, Roter & Mullooly, 1997; Ong, Haes, Hoos & Lammes, 1995, p. 903; Stewart 1995), como uma ponte efetiva para a construção da relação terapêutica (Longnecker, 2010) e como uma alavanca, no contexto mediático, para a disseminação massiva de mensagens com baixo custo (Wakefield, Loken & Hornik (2014).
A comunicação é assumida como a “necessidade da hora” (Ranjan, Kumari & Chakrawarty, 2015, p. 1) e a “chave para um amanhã mais saudável” (Ratzan, 1994), possibilitando respostas para enfrentar e resolver problemas ao nível da comunicação no contexto da saúde: a) os europeus têm baixos níveis de literacia em saúde (HLS-EU, 2012). Mais de um terço dos adultos dos Estados Unidos da América (EUA) (77 milhões de pessoas) terá dificuldades com tarefas comuns de saúde, como seguir as instruções de uma bula de medicamentos. O conhecimento limitado em saúde afeta adultos americanos em todos os grupos étnicos (Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, 2003); b) na prática médica atual, a comunicação humana é frequentemente mal utilizada (Kreps, 1996, p. 43); c) os enfermeiros, por exemplo, superestimam a literacia em saúde dos seus pacientes (Johnson, 2014, p. 43) e esta sobrestimação pode contribuir para o problema generalizado de maus resultados na saúde e taxas de readmissão hospitalar (Dickens, Lambert, Cromwell & Piano, 2013); d) mesmo em encontros clínicos não estressantes, os pacientes ainda relutam em admitir qualquer falta de compreensão e sentem-se compelidos a seguir as recomendações como entendem, em vez de pedir esclarecimentos (e.g. Baker et al., 1996; Dickens et al., 2013; Martin et al., 2011; Parikh, Parker, Nursers, Baker & Williams, 1996); e) os estudos sobre comunicação / interação e literacia em saúde são limitados (e.g. Ishikawa & Kiuchi, 2010); f) há a recomendação para incluir formação em competências de comunicação no currículo e na prática médicos (Ranjan, Kumari & Chakrawarty, 2015); g) as ferramentas de literacia em saúde têm-se mostrado insuficientes para gerar as mudanças organizacionais necessárias para melhorar a literacia em saúde das organizações (Lloyd et al., 2018); h) apesar de as campanhas mediáticas poderem produzir mudanças positivas ou impedir mudanças negativas nos comportamentos ligados à saúde em grandes populações, a exposição a tais mensagens é geralmente passiva. Isto ocorre porque estas campanhas competem frequentemente com fatores, como o marketing de produtos, normas sociais poderosas e comportamentos conduzidos pelo vício ou pelo hábito (Wakefield, Loken & Hornik, 2014); i) ainda é necessário um melhor entendimento sobre o ideal de campanha mediática, atendendo a que as campanhas mediáticas parecem ser mais eficazes quando intensas, de longa duração e bem direcionadas a um grupo populacional (Fraser, 2019).
Assim, a investigação sobre a comunicação em saúde traz implicações associadas à identificação e ao provimento de estratégias e práticas de comunicação melhores e mais efetivas que melhorarão a saúde geral da sociedade (Stacks & Salween, p. 489).
Sob o título “Comunicar a saúde – fundamentos e práticas para uma melhor saúde” (“Communicating health – fundamentals and practices for a better health”), pretende-se que o dossiê temático acolha artigos que ofereçam uma contribuição significativa para a interpretação teórica ou para o conhecimento empírico e aplicado da comunicação no contexto da saúde, contemplando, sobretudo, os contextos interpessoal, organizacional e mediático. A interdisciplinaridade, a diversidade de paradigmas teóricos, de opções metodológicas e de arenas geopolíticas e abordagens comunicacionais na saúde mais aplicadas são bem-vindas.
Na órbita da relação “melhor comunicação – melhor saúde” nos contextos interpessoal (relação terapêutica), organizacional (organizações literadas) e no mediático, pretende-se:
­• explorar estratégias e práticas de comunicação que promovam a saúde;
­• perceber a relação entre as competências de comunicação e a literacia em saúde;
­• conhecer fundamentos e práticas da comunicação comprometidos com a melhoria da literacia em saúde;
­• perceber os processos de receção das mensagens sobre saúde e os usos destas;
­• propor soluções concretas no contexto da saúde, com efeitos na melhoria da saúde.
Entre os enfoques pretendidos, incluem-se:
• fundamentos da health communication;
• relação interpessoal entre profissional de saúde e paciente;
• competências de comunicação e competências de literacia em saúde;
• práticas de uma organização de saúde literada;
• campanhas mediáticas com objetivos de saúde pública;
• campanhas de promoção da saúde e de prevenção de doenças;
• comunicação governamental para uma sociedade saudável;
• agenda-building sobre da saúde.

DATAS IMPORTANTES
Abertura da chamada de artigos: 3 de março de 2020
Data limite para a submissão de artigos: 15 de julho de 2020
Data limite de envio do parecer final: 15 de outubro de 2020
Entrega das versões finais: 1 de novembro de 2020
Data de publicação do número: 15 de dezembro de 2020

Submissão dos artigos:
Os artigos devem ser submetidos, através do Modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública, à Comunicação Pública para o seguinte endereço electrónico cpublica@escs.ipl.pt. No assunto do e-mail deve constar: Dossiê temático 04_CS

Aceitam-se artigos em Inglês, Espanhol ou Português. As colaborações propostas à Comunicação Pública devem ser enviadas em Microsoft Word e conter um resumo (máximo de 900 caracteres), 5 palavras-chave na língua em que estão escritos e também em inglês (no caso de o artigo não estar escrito nesta língua) e os dados de identificação do autor (instituição, categoria, elementos de contacto e área de especialização). Os textos completos dos artigos, com anexos e referências, não devem exceder 50.000 caracteres, incluindo espaços, notas, bibliografia, quadros, imagens, etc.; os estudos, notas e recensões individuais não deverão ultrapassar os 10.000 caracteres.

Para mais informações, consultar as Normas de Publicação e o Modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública.

Os autores individuais ou coletivos dos artigos publicados renunciam aos seus direitos de autor a favor da Comunicação Pública.


Call for papers para a Comunicação Pública n.º 28 (junho de 2020)

Dossiê temático: NOTÍCIAS E PÚBLICOS NA ERA DOS NOVOS MEDIA: PERCEÇÕES E DINÂMICAS DE CONSUMO EM REDE
Editores: Patrícia Silveira (IADE – Universidade Europeia, FCH – Universidade Católica) e Inês Amaral (FL – Universidade de Coimbra)
Línguas: Português; Inglês; Espanhol
Data limite para a submissão de artigos: 10 de fevereiro de 2020

As problemáticas inerentes às dinâmicas de produção, distribuição e consumo de informação de teor noticioso têm sido alvo, nos últimos anos, de inúmeros estudos académicos. Salienta-se, porém, a especial relevância, no presente, de haver uma maior produção científica em matérias que se dediquem a compreender e a analisar os novos panoramas mediáticos e informativos que se desenham em contexto digital, e que subsistem com o analógico, com implicações evidentes quer para os habituais modos de funcionamento das empresas mediáticas e jornalísticas, quer para as práticas de acesso à informação, os usos e as perceções do conceito de “notícia”. É neste contexto que sobressai a proposta para este número temático.
No novo ecossistema mediático, os media têm vindo a generalizar o pressuposto de audiências informadas. A este nível, há várias problemáticas que têm sido objeto de análise no campo do newsmaking que argumentam sobre a aparente potencialidade dos novos media ao nível da promoção de um maior debate público, do incentivo a uma participação política mais consciente e que, em simultâneo, questionam a permanência dos media enquanto gestores privilegiados do espaço público informativo.
Estes assuntos trazem implicações evidentes para o quotidiano dos cidadãos e, em particular, para o das gerações mais jovens, uma vez que se encontram em fase de conhecimento, de aprendizagem e de interpretação do mundo, privilegiando, cada vez mais, as plataformas digitais como meio de acesso às notícias. O quotidiano das novas gerações ocupa-se, hoje, destas ferramentas que transformam as suas formas de estar, de ser, de socializar, e de conhecer o mundo mediato e o imediato (Silveira & Amaral, 2018).
É, pois, no contexto das problemáticas apresentadas, que gostaríamos de propor alguns eixos para análise e discussão, centrando a abordagem no aprofundamento científico em torno das dinâmicas de receção mediática e noticiosa, presentes e futuras, lançando um olhar mais saliente sobre o desenvolvimento e a aquisição de competências de gestão, compreensão e pensamento crítico sobre os media e a atualidade informativa. Consideramos que as pesquisas em torno desta problemática se têm evidenciado, nos últimos anos. Nesta linha, neste número temático, ambicionamos contribuir para um conhecimento mais robusto a partir de investigações e textos académicos que privilegiem o entendimento e a análise científica sobre o modo como os cidadãos, e destes, em particular, a Geração Z, estão a consumir informação por via das plataformas digitais. Adicionalmente, importa saber como estas práticas e, em última análise, como a informação de índole tão diversa com a qual contactam frequentemente (aqui, destacaríamos, por exemplo, as fake news), estão a ter implicações para a sua compreensão do mundo, a consciencialização das questões “sérias” das sociedades, e a participação cívica.
O conhecimento adquirido neste número poderá servir de base para o desenvolvimento e a implementação de estratégias que sejam eficazes na promoção de competências de leitura e de autonomia intelectual face às notícias. No campo da literacia mediática, a literacia para as notícias torna-se bastante relevante hoje devido à propagação de notícias falsas, constituindo-se esta questão como um dos maiores desafios do jornalismo, uma vez que a verdade é colocada em causa e a desinformação é instigada; fatores estes que podem ter sérias repercussões para a sociedade em geral, e para os mais jovens, tendencialmente mais suscetíveis, em particular. Gostaríamos, por isso, de potenciar a discussão em torno das dinâmicas de interação dos públicos, particularmente do segmento das novas gerações, com a atualidade, debruçando um olhar mais analítico sobre as suas perceções e interações com a informação e consumos em rede, considerando, em simultâneo, a implicação de fontes de consumo alternativas, como o Instagram ou o WhatsApp. Posicionar estas novas leituras no quadro global dos estudos sobre a emissão e a receção noticiosa impõe-se, pelo que no presente número ambicionamos contribuir para um debate mais alargado que, face ao panorama descrito, dê também espaço para propostas que desenhem e reforcem estratégias que visem que os cidadãos desenvolvam competências que lhes permitam ser mais críticos face à sua própria visão do mundo e, ao mesmo tempo, à perspetiva do mundo que lhes chega por via dos media, com vista a desenvolverem, em simultâneo, os seus valores cívico-políticos.
Tendo por base as problemáticas apresentadas, este número visa contribuir para o conhecimento científico em torno dos consumos mediáticos informativos, particularmente dos que se desenham em rede, destacando-se os seguintes tópicos para abordagem, embora não se limitando a estes:
• Práticas de consumo noticioso e plataformas digitais
• Novas gerações e literacia para as notícias
• Media online e tendências futuras no consumo de informação
• A era das fake news e as competências críticas na análise da informação
• Novos mediaengagement e participação cívica
• Narrativas ‘alternativas’ e pós-verdade
• Redes sociais, algoritmos e desinformação
• Literacias críticas

DATAS IMPORTANTES
Abertura da chamada de artigos: 28 de outubro de 2020
Data limite para a submissão de artigos: 10 de fevereiro de 2020
Data limite de envio do parecer final: 30 de abril de 2020
Entrega das versões finais: 15 de maio de 2020
Data de publicação do número: 30 de junho de 2020

Submissão dos artigos:
Os artigos devem ser submetidos, através do Modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública, à Comunicação Pública para o seguinte endereço electrónico cpublica@escs.ipl.pt. No assunto do e-mail deve constar: Dossiê temático 03_NPENM

Aceitam-se artigos em Inglês, Espanhol ou Português. As colaborações propostas à Comunicação Pública devem ser enviadas em Microsoft Word e conter um resumo (máximo de 900 caracteres), 5 palavras-chave na língua em que estão escritos e também em inglês (no caso de o artigo não estar escrito nesta língua) e os dados de identificação do autor (instituição, categoria, elementos de contacto e área de especialização). Os textos completos dos artigos, com anexos e referências, não devem exceder 50.000 caracteres, incluindo espaços, notas, bibliografia, quadros, imagens, etc.; os estudos, notas e recensões individuais não deverão ultrapassar os 10.000 caracteres.

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Call for papers para a Comunicação Pública n.º 27 (dezembro de 2019)

Dossiê temático: A COMUNICAÇÃO OMNICANAL EM TURISMO
Editores: Raquel Barbosa Ribeiro e Filipa Fernandes (Centro de Administração e Políticas Públicas, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade de Lisboa)
Línguas: Português; Inglês; Espanhol
NOVA Data limite para a submissão de artigos: 15 de outubro de 2019

Encontramo-nos na era dos serviços e a comunicação estratégica é determinante para o seu sucesso. Nas últimas décadas, o processo de digitalização da sociedade (Batra & Keller, 2016) influenciou notavelmente a comunicação estratégica.
Apesar da grande ênfase no digital nos meios académicos e profissionais nas mais recentes pesquisas, a interação digital, por si só, é insuficiente para gerar preferência de consumo e a comunicação interpessoal presencial acaba por ser, ainda, um dos grandes fatores de diferenciação entre as marcas (Berman & Thelen, 2018). A comunicação interpessoal é elemento fundamental das trocas relacionais e tem um papel preponderante na redução da incerteza dos consumidores; é ainda importante na construção de um compromisso afetivo, especialmente nos serviços, dada a sua natureza intangível (Walz & Celuch, 2012). O atendimento ao consumidor, em particular, tem sido apontado como uma das características dos serviços que pode decidir a satisfação e o regresso de quem os procura (Alge, Gresham, Heneman, Fox, & McMasters, 2002). Para Kotler et al. (2017), a comunicação multicanal (online ou offline) evoluiu para a comunicação omnicanal (online e offline), para oferecer ao consumidor uma experiência de contacto contínua.
O turismo, setor de atividade em crescimento mundial e nacional, é uma das áreas onde a comunicação omnicanal tem vindo a oferecer mais oportunidades de estudo. As mudanças digitais no turismo trouxeram o crescimento dos influenciadores digitais, do e-wom, dos conteúdos gerados por utilizadores, apoiados em plataformas audiovisuais, redes sociais digitais e comunidades, com efeitos no aumento mundial da procura dos serviços turísticos, concomitantemente com a diminuição da contratação das agências de viagens tradicionais, no que ficou conhecido como processo de “desintermediação” da marcação de serviços (Law, Leung, Leung, & Fong, 2015). Embora muitas previsões tenham sido feitas sobre o desaparecimento da comunicação interpessoal devido ao impacto da Internet, muitos consumidores ainda preferem conversar pessoalmente com um interlocutor especializado sobre os seus planos de viagem e tal acontece porque os benefícios emocionais que o consumidor retira da comunicação interpessoal com o seu agente aumentam o valor percebido da experiência (Terblanche & Taljaard, 2018).
Assim, em turismo, a adoção de realidade virtual nas lojas, a aposta na comunicação online coexiste com a prestação de experiências e atendimento personalizado, com componentes de comunicação verbal e não-verbal, que tem um impacto significativo em termos de retenção, lealdade e resiliência organizacional (Cerdeira, 2015).
Por este motivo, considera-se que a investigação da comunicação omnicanal em turismo pode oferecer potencial de deteção de estratégias e tácticas inovadoras, com benefícios para outras áreas de atividade, com e sem fins lucrativos.

Objetivos e enfoques pretendidos:
• Identificar os agentes, os públicos, os processos e os resultados da comunicação turística – de massas, interpessoal e mediada por computador – em contexto omnicanal;
• Compreender os desenvolvimentos da comunicação turística em contexto omnicanal, com enfoque em: influência digital, atendimento, formação e comunicação relacional;
• Identificar processos de construção de narrativas e discursos turísticos em contexto de comunicação omnicanal;
• Compreender a perceção dos consumidores sobre a comunicação turística omnicanal;
• Estimular o debate sobre a complementaridade da comunicação online e offline, tomando o setor do turismo como referência.

Assim, serão bem acolhidas propostas inscritas nas problemáticas apontadas, fundamentadas numa investigação académico-científica, com destaque para os seguintes tópicos, embora não se limitando a eles em exclusivo:
a) Agentes, públicos, processos e resultados da comunicação turística;
b) Comunicação de massas, interpessoal e mediada por computador em turismo;
c) Comunicação turística em contexto omnicanal;
d) Influência digital, atendimento, formação e comunicação relacional em turismo;
e) Narrativas e discursos turísticos;
f) Complementaridade da comunicação online e offline em turismo.

DATAS IMPORTANTES
Abertura da chamada de artigos: 27 de maio de 2019
Data limite para a submissão de artigos: 15 de outubro de 2019
Data limite de envio do parecer final: 30 de outubro de 2019
Entrega das versões finais: 15 de novembro de 2019
Data de publicação do número: 15 de dezembro de 2019

Submissão dos artigos:
Os artigos devem ser submetidos, através do Modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública, à Comunicação Pública para o seguinte endereço electrónico cpublica@escs.ipl.pt. No assunto do e-mail deve constar: Dossiê temático 01_COT

Aceitam-se artigos em Inglês, Espanhol ou Português. As colaborações propostas à Comunicação Pública devem ser enviadas em Microsoft Word e conter um resumo (máximo de 900 caracteres), 5 palavras-chave na língua em que estão escritos e também em inglês (no caso de o artigo não estar escrito nesta língua) e os dados de identificação do autor (instituição, categoria, elementos de contacto e área de especialização). Os textos completos dos artigos, com anexos e referências, não devem exceder 50.000 caracteres, incluindo espaços, notas, bibliografia, quadros, imagens, etc.; os estudos, notas e recensões individuais não deverão ultrapassar os 10.000 caracteres.

Para mais informações, consultar as Normas de Publicação e o Modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública.

Os autores individuais ou coletivos dos artigos publicados renunciam aos seus direitos de autor a favor da Comunicação Pública.


Call for papers para a Comunicação Pública n.º 27 (dezembro de 2019)

Dossiê temático: DESINFORMAÇÃO, JORNALISMO E MODELOS DE NEGÓCIO
Editores: Suzana Cavaco (FEP, Universidade do Porto)
Línguas: Português; Inglês; Espanhol
NOVA Data limite para a submissão de artigos: 15 de setembro de 2019

O cidadão, para atuar em democracia, precisa de ter acesso a informação relevante verídica e plural. É no direito fundamental a informar e a ser informado que assenta a responsabilidade social da imprensa, um conceito introduzido em 1947 pela Comissão Hutchins.
O jornalista desempenha um papel socialmente institucionalizado de construção da realidade. Trata-se de um “poder simbólico”: um poder “invisível”, “quase mágico”, “de fazer ver e fazer crer, de confirmar ou de transformar a visão do mundo e, deste modo, a ação sobre o mundo, portanto o mundo” (Bourdieu, 1989). Nos anos 90, Bourdieu (1997) criticava os jornalistas por deterem um monopólio de facto dos instrumentos de difusão da informação a grande escala, contra o qual se defrontavam os produtores culturais. Apesar dos produtos media gerarem “enormes” externalidades (Baker, 2004), o campo jornalístico está submetido às exigências do mercado dos leitores e dos anunciantes. Todavia, a baixa autonomia do campo jornalístico (Bourdieu, 1997) acentuou-se no século XXI.
A internet trouxe oportunidades e ameaças. A redução dos custos de produção, distribuição e pesquisa de conteúdos permitiu que mercados de nichos (modelo de negócio de Cauda Longa) rivalizassem com os tradicionais mercados de massa (Anderson, 2007). O empowerment dos indivíduos impulsionado pela conectividade digital (Kolter et al., 2017) conduziu à “autocomunicação de massas” (Castells, 2009). A hiperabundância informativa baixou o valor de troca do jornalismo. O comportamento do cibernauta, hoje, carateriza-se pela relutância ao consumo pago de informação jornalística online e pelo uso de bloqueadores de publicidade. A atenção é um dos recursos mais escassos da atualidade.
Em simultâneo, os populismos políticos, que prosperam na lógica da ação conetiva, acusam os jornalistas de pertencerem a uma elite inimiga do povo (Engesser et al., 2017). Hoje, ainda antes da potencial e perigosa banalização das deepfake, qualquer indivíduo pode se tornar num poderoso espião ou soldado ao serviço de ideias mais ou menos obscuras. Assistimos a uma “poluição informativa” à escala global tendo em vista gerar confusão e desconfiança (Wardle & Derakhshan, 2016). A desinformação que o meio online favorece e potencia prospera na atual terra fértil da pós-verdade.
Nesta crescente desintermediação do jornalismo, surgem géneros híbridos que navegam entre a forma jornalística e os objetivos de promoção de marketing, numa diluição de fronteiras que atinge a perceção do valor de uso do jornalismo.
Após 125 anos do 1.º Congresso Internacional de Imprensa, realizado em Antuérpia em 1894, em que se discutiu o que é ser jornalista; e atendendo ao papel crucial da formação em jornalismo (Fengler et al., 2014), impõem-se algumas questões importantes: Que competências profissionais explorar/reforçar na formação do jornalista? Como o jornalismo e/ou media jornalísticos têm reagido/deveriam reagir face aos desafios da desinformação? Que tipo de conteúdos privilegiar? Que modelos de negócio? Que políticas de comunicação?
O presente número temático propõe-se debater estas e outras questões. Está aberto a propostas que se enquadrem nos seguintes tópicos, tendo em atenção a sustentabilidade económica do jornalismo e o ideal funcionamento da democracia:
1. Jornalista e suas competências técnicas e deontológicas
a. Formar jornalistas para os desafios tecnológicos
b. Velhas e novas questões deontológicas
c. Fronteiras do jornalismo
2. Postura dos jornalistas e/ou dos media noticiosos
a. Jornalismo em tempo de desinformação e pós-verdade
b. Rotinas jornalísticas e a adequada utilização dos recursos
c. Mecanismos de responsabilização dos media
3. Modelos de negócio em jornalismo
a. Sustentabilidade económica do jornalismo
b. Jornalismo e plataformas digitais de distribuição de conteúdos
c. Problemática dos conteúdos patrocinados
d. Clickbait, publicidade intrusiva e ad blockers
e. Precariedade e condições laborais
4. Políticas de comunicação
a. Regulação e desinformação
b. Políticas de incentivo/apoio ao consumo jornalístico
c. Serviço público e pluralismo mediático

DATAS IMPORTANTES
Abertura da chamada de artigos: 29 de maio de 2019
Data limite para a submissão de artigos: 15 de setembro de 2019
Data limite de envio do parecer final: 30 de outubro de 2019
Entrega das versões finais: 15 de novembro de 2019
Data de publicação do número: 15 de dezembro de 2019

Submissão dos artigos:
Os artigos devem ser submetidos, através do Modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública, à Comunicação Pública para o seguinte endereço electrónico cpublica@escs.ipl.pt. No assunto do e-mail deve constar: Dossiê temático 02_DJMN

Aceitam-se artigos em Inglês, Espanhol ou Português. As colaborações propostas à Comunicação Pública devem ser enviadas em Microsoft Word e conter um resumo (máximo de 900 caracteres), 5 palavras-chave na língua em que estão escritos e também em inglês (no caso de o artigo não estar escrito nesta língua) e os dados de identificação do autor (instituição, categoria, elementos de contacto e área de especialização). Os textos completos dos artigos, com anexos e referências, não devem exceder 50.000 caracteres, incluindo espaços, notas, bibliografia, quadros, imagens, etc.; os estudos, notas e recensões individuais não deverão ultrapassar os 10.000 caracteres.

Para mais informações, consultar as Normas de Publicação e o Modelo pré-formatado para submissão de artigos à Comunicação Pública.

Os autores individuais ou coletivos dos artigos publicados renunciam aos seus direitos de autor a favor da Comunicação Pública.