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Publicado: 06.02.2019

No REC (Repórteres em Construção), estudantes da ESCS e de diversas instituições de Ensino Superior desenvolvem trabalhos jornalísticos, sob a orientação de docentes e profissionais da área.

O REC (Repórteres em Construção) procura fomentar a criatividade de estudantes de Jornalismo, do Ensino Superior, através da criação de projetos de reportagem e investigação jornalística, nas quais os jovens aprendizes são orientados por docentes e profissionais da área. A iniciativa conta, desde o primeiro dia, com a participação de um conjunto de docentes e alunos do cursos de licenciatura e mestrado em Jornalismo da ESCS.

Os jornalistas Francisco Sena Santos (docente da ESCS), Dina Soares, Pedro Coelho e Teresa Abecasis (licenciada em Jornalismo pela ESCS) apresentam o REC.

A ideia surgiu, em 2017, quando um grupo da organização do 4.º Congresso dos Jornalistas Portugueses procurou envolver estudantes do Ensino Superior no certame, através da criação de uma redação multiplataforma. Durante quatro dias, 80 estudantes de dez instituições, coordenados por docentes, produziram, diariamente, com base nos temas em discussão no congresso, um jornal em papel, noticiários de rádio e conteúdos de vídeo, fotografia, texto e podcasts para um site. “A participação de todos foi notável e, no balanço final, foi reconhecido que a experiência tinha sido exaltante. Tanto que havia que continuar”, conta o Prof. Francisco Sena Santos, um dos docentes envolvidos, desde o início, na iniciativa. Foi, assim, criada a associação REC. “O projeto é isso mesmo: dá continuidade à construção de repórteres, desenvolve e aplica a formação que os alunos têm nas suas escolas”, explica.

Ligar a academia à profissão

No início de cada semestre, são lançados temas para os quais as equipas de estudantes, apoiadas pelos docentes, criam peças jornalísticas. Na fase de desenvolvimento das mesmas, são agendadas formações com o editor do tema, formadores do CENJOR e jornalistas, que orientam os futuros profissionais, de forma a melhorarem os projetos produzidos. Deste processo, resultam reportagens, que são publicadas na plataforma online do REC, e um programa de rádio, que é emitido na Rádio Renascença (RR). “A rádio foi um ponto de arranque porque logo de início houve, através da Dina Soares, jornalista na RR, a disponibilidade da Renascença para transmitir os programas de rádio do REC”, explica o Prof. Francisco Sena Santos.

Os docentes da ESCS Anabela de Sousa Lopes, Fernanda Bonacho, Francisco Sena Santos e Maria José Mata e os escsianos Inês Rebelo, Luís Vaz Fernandes, Margarida Alpuim, Maria Moreira Rato e Rita Matos (recém-licenciados em Jornalismo), que dão, agora, por terminado o seu contributo, foram os representantes pioneiros da Escola, no REC. Como explica o Prof. Sena Santos, os alunos podem integrar a equipa até “ao final do semestre seguinte [ao término da] licenciatura”, sendo que quem continuar para o mestrado “tem as portas abertas”. A nova vaga de estudantes já iniciou funções, sendo a equipa-base composta por Ana Rita Asseiceiro, Gustavo Carvalho, Magda Cruz e Marta Mixão.

O primeiro programa de rádio, emitido no dia 4 de janeiro, teve como tema as “Rádios Universitárias” e já está disponível, em formato podcast, no site. Sena Santos é coordenador, editor e apresentador da segunda emissão, subordinada ao tema “Ruturas”, que foi para o ar no dia 3 de fevereiro. “Está a ser uma experiência muito entusiasmante”, assegura. Mensalmente, no primeiro domingo de cada mês, às 13h, vai para o ar um novo episódio, no Canal 1 da RR.

Testemunhos de participantes

Margarida Alpuim, jornalista na MadreMedia, é uma das antigas estudantes que terminou, recentemente, a sua passagem pelo REC. “[Participei] em muitas atividades que contribuíram fortemente para o meu crescimento”, conta. A escsiana explica que a formação teve “uma vertente teórica, em sala de aula, e uma componente prática, em que fizemos exercícios para experimentar as técnicas que depois iríamos utilizar nas reportagens”. Salienta, ainda, o facto de poder discutir o seu trabalho com “profissionais de referência”, à medida que o ia desenvolvendo. “É uma oportunidade rara e que eu valorizei muito”, acrescenta. Da experiência, Margarida destaca as “dicas sobre como captar e editar som e imagem a partir do telemóvel”, a visita aos estúdios onde Miguel van-der Kellen (formador no CENJOR) constrói as peças e edita o som das reportagens que são emitidas na RR e a gestão de contacto com os entrevistados, que lhe permitiram “desenvolver a assertividade (com respeito e empatia) na resolução [de cada] situação”. Para concluir, a jovem jornalista defende que “no geral, foi um privilégio muito grande ter tido a oportunidade de ganhar toda esta experiência”.

Por seu lado, Marta Mixão, estudante do 3.º ano da licenciatura em Jornalismo, conta que teve conhecimento deste “projeto inovador” no ano passado e que considera ser “uma excelente maneira de tirar os alunos da sua zona de conforto e promover o desenvolvimento criativo da reportagem e da investigação no jornalismo”. Por isso, quando foi desafiada pelo Prof. Francisco Sena Santos, não hesitou.

Ter a oportunidade de participar nesta iniciativa é, para a aluna, “uma mais-valia para o desenvolvimento de competências práticas”, não só pela aprendizagem complementar no CENJOR como, também, por poder “aprender e trabalhar lado a lado com professores e jornalistas, que orientam ao longo de todo o processo de produção da reportagem”.