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Publicado: 25.11.2021

Vinte anos depois do ataque terrorista de 11 de Setembro de 2001, a ESCS promoveu um debate sobre as memórias do atentado, a geopolítica e a liberdade de imprensa.

A sala 2P9 acolheu, no passado dia 17 de novembro, a conferência “20 anos depois do 11 de Setembro — as memórias, a geopolítica e a liberdade de imprensa”. O Prof. Francisco Sena Santos, jornalista e docente da ESCS, moderou o debate que reuniu António Rodrigues (Editor de Internacional do Público), Leonídio Paulo Ferreira (Diretor-Adjunto do DN), Maria João Tomás (Docente no ISCTE e Investigadora para a zona do Magrebe e Médio Oriente), Ricardo Alexandre (Diretor-Adjunto da TSF), Cândida Pinto (Jornalista da RTP) e Paulo Moura (Jornalista freelancer e Docente da ESCS).

Painel de oradores
A conferência procurou debater o impacto do ataque terrorista de 11 de Setembro de 2001 no mundo.
Fotografia: Gabcom (Serviço de Comunicação da ESCS)
André Sendin
O Presidente da ESCS deu início à sessão.
Fotografia: Gabcom (Serviço de Comunicação da ESCS)

O Presidente da ESCS, Prof. Doutor André Sendin, deu início à sessão, saudando os participantes. Depois, seguiu-se a projeção do vídeo Olhares e testemunhos, realizado pelo E2, que reuniu depoimentos sobre o impacto do 11 de Setembro para a história contemporânea e as suas consequências a nível mundial, pelas vozes de Maria Inácia Rezola, docente da ESCS e investigadora, José Manuel Rosendo, Jornalista da Antena 1, e Carlos Gaspar, investigador do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa.

Veja, abaixo, o vídeo Olhares e testemunhos:

 

 

 

 

 

Francisco Sena Santos
O Prof. Francisco Sena Santos moderou a conversa.
Fotografia: Gabcom (Serviço de Comunicação da ESCS)

O painel de oradores começou por abordar o que mudou no Jornalismo, em termos económicos, após o 11 de Setembro. “Tivemos o privilégio de viver os anos 90 do Jornalismo em Portugal”, mencionou Cândida Pinto, explicando que, naquela década, havia meios para enviar os profissionais de comunicação, em reportagem, pelo mundo. “O facto de estarmos aqui hoje não é bom sinal. Não há um jornalista português em Cabul”, exemplificou Ricardo Alexandre, sublinhando a importância de se refletir sobre o que mudou no setor.

O debate continuou com as memórias relacionadas com o ataque terrorista. Paulo Moura admitiu que não teve “perceção de como o mundo mudaria com aquele acontecimento”, na medida em que já tinha feito a cobertura de muitos conflitos internacionais nos quais o Estado Islâmico esteve envolvido. Leonídio Paulo Ferreira corroborou a ideia do colega de profissão, acrescentando que, apesar de não ter ideia do impacto no futuro, sabia que aquele tinha sido o “maior ataque terrorista que alguma vez tinha acontecido”. António Rodrigues contou que estava na redação quando o avião colidiu na segunda torre do World Trade Center. “Mudou tudo a partir daí. O jornal teve de ser repensado para aquele acontecimento. Foi quase uma gestão de crise”, explicou.

Painel de oradores
Em cima (da esq. para a dir.): António Rodrigues, Cândida Pinto e Leonídio Paulo Ferreira.
Em baixo (da esq. para a dir.): Maria João Tomás, Paulo Moura e Ricardo Alexandre.
Fotografias: Gabcom (Serviço de Comunicação da ESCS)

Enquanto investigadora, Maria João Tordo traçou um breve contexto histórico em torno da civilização islâmica, referindo que, após o ataque terrorista, para os Estados Unidos da América (EUA), “era preciso ir à procura do culpado”, o que despoletou a Guerra do Afeganistão. Seguiram-se uma série de relatos dos jornalistas convidados que presenciaram, de perto, nos locais de guerra, as “consequências do golpe mais audaz destas últimas décadas”, como referiu o moderador da conversa em relação ao trágico evento.

O que temos pela frente? foi a última pergunta lançada por Francisco Sena Santos, antes de dar a sessão por terminada. O painel de oradores concluiu que o foco dos EUA no combate ao terrorismo permitiu que a China começasse a emergir, estando a caminho de ser a primeira potência mundial.

Audiência do evento
A plateia compôs-se de estudantes e docentes da Escola.
Fotografia: Gabcom (Serviço de Comunicação da ESCS)