José Cerqueira e Vanessa Henriques, dois ex-alunos do curso de Publicidade e Marketing da Escola Superior de Comunicação Social, fazem parte integrante da equipa que concebeu a identidade corporativa para o Campeonato Europeu de Futebol, a realizar em França, em 2016.

Após ano e meio de muito trabalho e duas fases de concurso com várias agências internacionais, a Brandia Central, empresa portuguesa de consultoria, onde trabalham José Cerqueira e Vanessa Henriques, foi a agência escolhida para conceber a marca “UEFA Euro 2016”. O mote “Celebrating the art of Football”, criado pelo departamento de estratégia da Brandia Central, foi o rastilho inicial que inspirou todo o universo e linguagem gráfica da marca. O logótipo, apresentado em Paris no passado dia 26 de junho, é uma representação de vários movimentos artísticos e elementos futebolísticos. Nele podem ser identificadas diferentes inspirações, todas centradas em volta da Taça Henri Delaunay. O vermelho, branco e azul da bandeira da França misturam-se com linhas e formas de maneira a apresentar um estilo contemporâneo, atribuindo ao logótipo um design moderno e ousado. Segundo a UEFA, “o objetivo do logótipo foi juntar a criatividade que define a cultura francesa com a beleza do jogo de futebol”.

[Fotografia] Para estes escsianos é motivo de orgulho estarem associados a um projeto de "enorme qualidade" e que irá ter visibilidade mundial.

O processo criativo

O briefing “pedia que a marca fosse fruto de um triângulo que eles definiram a nível estratégico e que nós chamamos três F’s (futebol, festividade e França)”, referiu Vanessa Henriques, que exerce funções de consultant no projeto. Pediam ainda um tema. Apesar do ponto de partida estar bem definido em termos de estratégia, através da materialização do conceito “Celebrating the art of Football”, “a forma que o tema iria ter, bem como as cores, o desenho e a abordagem visual poderiam ter centenas de abordagens diferentes. Esse foi o grande desafio criativo”, explicou José Cerqueira, docente na ESCS e brand voice do projeto “UEFA Euro 2016”. “Chegámos à conclusão que o ecletismo seria a melhor forma de representar a arte. Se olharmos para todo o universo visual da marca a abordagem à arte é feita pela diversidade”, mencionou José Cerqueira. Para Vanessa Henriques, a conquista do cliente e de todos os stakeholders aconteceu na altura em que fizeram a analogia entre os jogadores e os artistas e entre o palco e o campo de futebol. “Eles reviam-se nessa analogia, e a partir daí, deram-nos mais liberdade criativa”. José Cerqueira e Vanessa Henriques destacam o filme de apresentação da marca como a parte do projeto que lhes deu mais gozo fazer. “O filme foi uma parte do projeto que teve de um lado, uma pressão horrorosa e por outro, um resultado brilhante”, disse Vanessa Henriques. José Cerqueira destaca o filme, pela presença mais relevante que teve na conceção, mas também pelos resultados conseguidos com o mesmo. “Ainda hoje recebemos elogios do estrangeiro, de colegas de profissão, a apoiar o filme. É curioso como dois minutos de produto final deram quatro meses de tanta dor de cabeça e felicidade”, revelou o docente.

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O contributo escsiano

O envolvimento de José Cerqueira foi muito além do copywriting e das funções normais de um brand voice. “No caso do Euro 2016, não está no ADN de um projeto com este cariz ter um discurso muito presente, para além do visual”, mencionou. No filme de apresentação foi um dos responsáveis criativos pela estrutura do filme e pela forma como as mensagens foram passadas. “Dentro de todo o projeto, o filme foi onde tive uma presença mais assídua”, disse o docente. Já a ex-aluna exerceu funções de consultant e acompanhou o projeto do início ao fim. “O consultant está na linha da frente e faz a ponte entre a agência e o cliente. É de louvar a capacidade da equipa de consulting pela forma como geriram as expectativas, tanto internas, como do cliente, fazendo uma gestão diária dos feedbacks, passando-os à equipa, motivando e mantendo-os alinhados”, comentou José Cerqueira. Na opinião de Vanessa Henriques, este foi o projeto mais exigente e complicado que teve em mãos. “Como equipa, tivemos de hipotecar um pouco da nossa vida pessoal para fazermos este projeto”, constatou a ex-aluna. Ambos os escsianos estão satisfeitos por fazer parte de um projeto que vai ter reconhecimento a nível mundial. “Quando a marca atingir essa visibilidade, não vou conseguir esconder os sentimentos”, garantiu a ex-aluna. Nas palavras do docente, “é incontornável não sentir orgulho ao ver o resultado de um projeto onde estive envolvido a mais de 100%, partilhado por todo o mundo. É sempre gratificante”. José Cerqueira referiu ainda a qualidade dos escsianos que trabalham na Brandia Central e de outros ex-alunos com quem se cruza no seu dia-a-dia. “Temos vindo a trabalhar com parceiros que fizeram o seu percurso académico na ESCS e é interessante ver como a Escola consegue estar em várias partes, quer do lado da agência, quer do lado do cliente”, explicou. Como docente, José Cerqueira tem acompanhado a ESCS de mais perto e garante que os alunos que acabam o curso na Escola têm mais possibilidades de ingressar no mercado de trabalho, quando comparados com estudantes que saem de outras escolas, “porque a ESCS tem um nível de exigência muito bom”, concluiu.