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Publicado: 21.06.2019

 

PERFIL AM: Ricardo Constantino

 

Ricardo Constantino é Partner & Head of Content, na Shortfuse, uma produtora de vídeos para a web. Desde que criou a empresa, o escsiano procura envolver a equipa no mesmo espírito de camaradagem e entreajuda que viveu na Escola.

Durante o Ensino Secundário, no curso tecnológico de Informática, Ricardo Constantino percebeu que não era por aquela área que gostava de enveredar no futuro. “Queria alguma coisa que tivesse a ver com tecnologia, mas que explorasse o lado criativo”, explica. Ao analisar a oferta formativa das instituições de Ensino Superior, deparou-se com a licenciatura em Audiovisual e Multimédia (AM). Utilizando uma expressão do próprio, atirou-se de cabeça, tendo sido esta a única opção de candidatura.

O foco nas aulas

Ricardo chegou à ESCS, em 2007. O antigo estudante conta que sempre esteve “muito focado nas aulas”. Da experiência, guarda “muito boas memórias”. “Aquilo era tudo novo para mim e desafiava-me de uma forma completamente diferente”, explica. Para além da componente prática do curso, considera que as unidades curriculares teóricas o ajudaram a “abrir horizontes”, despertando em si o gosto pela escrita. “Comecei a perceber que tinha facilidade em articular os argumentos e em construir fios condutores”, lembra.

Ricardo recorda, ainda, o sentimento de “entreajuda e a camaradagem” que se vivia na Escola e que tenta, hoje, transpor para o seu dia-a-dia profissional. “Sinto que respiro um bocado a ESCS”, confessa.

Como criar uma empresa

Foi na licenciatura que Ricardo conheceu Luísa Caldeira Cabral, com quem veio a constituir família. No final do curso, o casal considerou que o “contexto era favorável” para a criação de uma empresa e, por isso, fundou a Shortfuse, uma produtora de vídeos para a web.

“O crescimento não foi galopante e rápido, mas foi consistente”, conta Ricardo. Em oito anos de existência, a equipa passou de duas pessoas, a trabalhar em casa, para dez, com um espaço próprio. “No início, foi difícil levarem-nos a sério. Não tínhamos provas de mercado”, recorda. Por isso, a Shortfuse começou com um posicionamento low cost, que, entretanto, alterou, devido ao desenvolvimento do negócio. “Com a soma de clientes, começámos a conseguir fazer crescer a estrutura e a melhorar o nosso trabalho e os nossos processos internos”, refere.

Atualmente, Ricardo, Luísa e Fábio Duque Francisco (o terceiro sócio da empresa, que se juntou, posteriormente, ao casal) contam com uma equipa de dez pessoas, quatro das quais escsianas. No portefólio, somam mais de 750 vídeos. “Tentamos desenvolver criativamente o projeto e não ser só os indivíduos que carregam no botão, que foi algo que aprendi também na ESCS”, assegura Ricardo. Em 2017, a equipa realizou o vídeo “This is Portugal”, dedicado aos incêndios que devastaram o país nesse ano. O trabalho foi partilhado por diversas publicações nacionais. O antigo estudante destaca, ainda, uma campanha desenvolvida, recentemente, para a Agência Abreu, cujo resultado final foi “completamente diferente” do projeto pedido. “Percebemos que a concorrência já fazia o que eles queriam e pensámos como é que podíamos traduzir aquilo em algo que pudesse criar uma ligação maior com o cliente”, explica. O resultado foram três vídeos dedicados às temáticas Cruzeiros, Circuitos Europeus e Grandes Viagens.

O dia-a-dia

Se, inicialmente, Ricardo dividia todas as tarefas com Luísa, hoje em dia, tem oportunidade para se dedicar ao que realmente gosta. “Com o tempo, comecei a perceber que os conceitos e as ideias eram algo que me faziam bater o coração”, conta. Por isso, muito do que é escrito, desde conceitos a voz off, passa por si. “Obviamente, com o resto da equipa envolvida, mas eu magnetizo um bocadinho essa função”, diz. A captação e, especialmente, edição de som, também é algo que o cativa. E, à parte das questões técnicas, a burocracia de gestão de projeto e orçamentação passa, igualmente, pelo antigo estudante.

Starting point

Para Ricardo, a ESCS foi o seu “starting point”, onde se descobriu enquanto pessoa e percebeu o que gostava de fazer profissionalmente. O escsiano defende que a Escola, “mais do que a fazer”, ensinou-o “a comunicar”, devido ao equilíbrio entre as componentes teórica e prática. “Dá ferramentas, principalmente, aqui dentro do cérebro, para conseguir criar e criar bem”, conta.

O antigo estudante destaca, ainda, a credibilidade associada ao nome da instituição. “Geralmente, quando dizemos que vimos da ESCS, as pessoas percebem que há ali algum valor anexado”, defende. Para além disso, cruza-se com escsianos “em todo o lado”, desde clientes a parceiros nos departamentos de comunicação e marketing das empresas. “Eu estou muito contente por ter decidido entrar na ESCS e muito satisfeito pelo que esta me deu”, conclui.

Por fim, desafiámos Ricardo Constantino a responder a uma espécie de Questionário de Proust:

Um objeto essencial para o teu dia-a-dia.

Infelizmente, o telemóvel.

Uma cidade ou um país.

Japão

Uma música ou uma banda.

Banda: Caspian. Música: Halls of the Summer.

Um filme ou um realizador.

Christopher Nolan.

Um livro ou um escritor.

Aquele livro que eu nunca li.

Uma série.

Lost.

Escrita ou técnica.

Escrita.

Uma referência profissional.

A Snack Studio, uma empresa que faz uns vídeos bastante disruptivos. E, à parte disso, campanhas tipo Old Spice, Two Dollar Shave Club. Em Portugal, ainda temos medo de ir por aí.

Quando for grande, quero ser.

Gostava de continuar a empreender e, quem sabe, um dia voltar à ESCS, quer para estudar, quer para, eventualmente, passar algum tipo de conhecimento.


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