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Publicado: 12.04.2021

Estudantes do Mestrado em Audiovisual e Multimédia desenvolveram a campanha de comunicação transmedia “Voando Sobre um Chapéu de Coco”, com o objetivo de promover a reflexão sobre a temática da saúde mental dos jovens.

Na data em que se assinalou o Dia Mundial da Saúde, 7 de abril, a ESCS promoveu o webinar “Voando Sobre um Chapéu de Coco”. A sessão, que decorreu através da plataforma online Zoom e foi transmitida, em direto, no canal de YouTube da Escola, procurou fomentar o diálogo sobre a saúde mental dos jovens, sobretudo em tempos de pandemia.
O evento online foi o culminar de uma campanha de comunicação transmedia, que dá pelo mesmo nome, desenvolvida, na unidade curricular de Comunicação, Tecnologia e Novos Média, por um grupo de cinco estudantes do 1.º ano do mestrado em Audiovisual e Multimédia. Carolina Janeiro, Daniela Lavinha, Eduarda Monteiro, José Leite e Sofia Paralta Camilo são os autores do projeto que contou com a orientação do Prof. Jorge Souto, docente daquela disciplina.

Quem é o Professor F?

Professor FO fio condutor da narrativa que deu vida ao projeto transmedia “Voando Sobre um Chapéu de Coco” foi o Professor F, uma personagem enigmática sobre a qual pouco ou nada se sabia. Apenas que era homem e usava um chapéu de coco. O protagonista personificava todos aqueles que enfrentam algum tipo de problema do foro da saúde mental. Tendo em conta o contexto pandémico, F pretendia promover a discussão sobre o impacto da COVID-19 na saúde mental dos jovens. A partir desta premissa, surgiu a ideia de organizar um evento de cariz informativo sobre a temática – o webinar –, ocasião em que a verdadeira identidade por detrás do Professor F viria a ser revelada.

Transmedia: entre o online e o offline

A conta de Instagram @vs_chapeudecoco foi o epicentro de um projeto transversal, que utilizou vários meios, online e offline, para construir uma narrativa coesa. A montante, aplicou-se um questionário, a fim de conhecer melhor o público-alvo da campanha. Foi, também, criada uma newsletter, que permitiu manter as pessoas ligadas ao projeto. Por sua vez, o Professor F andou, pelo país, a espalhar cartas, com mensagens de testemunhos reais, e colocou um espelho, na ESCS, para que quem por ele passasse pudesse parar e olhar para si próprio. Com o intuito de aguçar a curiosidade sobre a identidade de F, foram afixados cartazes, que apelavam a que os interessados assistissem ao webinar, e foi produzida uma reportagem radiofónica, assumidamente fictícia, que informava os ouvintes de que se estava a gerar uma grande azáfama em torno de um sujeito que dava pelo nome de Professor F.

O webinar: ninguém está sozinho

O webinar arrancou com a revelação da verdadeira identidade do Professor F: o comediante António Raminhos, que, em 2017, assumiu publicamente sofrer de transtorno obsessivo-compulsivo. Moderado pela apresentadora de televisão Fátima Lopes, o debate contou, ainda, com a participação de Inês Freitas e Patrícia Gonçalves, ambas estudantes de Psicologia, e da Prof.ª Ana Cristina Antunes, docente da ESCS.
Fátima Lopes deu o pontapé de saída para a conversa, afirmando que “meter o tema da saúde mental dos jovens em cima da mesa é urgente”. À pergunta da moderadora “quando é que se percebe que se precisa de ajuda?”, Raminhos, que é licenciado em Jornalismo pela ESCS, afirmou que é “quando estamos presos na nossa cabeça, em loop, e a vida começa a ficar limitada”. “Cheguei a um ponto em que já não conseguia sair de casa”, conta.
Patrícia Gonçalves defendeu que é necessário “normalizar” o tema, pois “ninguém é maluco por procurar ajuda psicológica”. A jovem, que criou a conta de Instagram @apsicologiaamiga com o intuito de “sensibilizar as pessoas para as questões da saúde mental”, acredita que a Psicologia deve ser abordada de uma forma “simples, leve e fácil”. Por sua vez, Inês Freitas concordou com a ideia de que é preciso “combater o estigma da saúde mental”. A voluntária da The Pineapple Mind (Associação de Sensibilização para a Saúde Mental) referiu que são cada vez mais os jovens que contactam a associação à procura de ajuda especializada.
Já a Prof.ª Ana Cristina Antunes considerou que os sentimentos que o contexto pandémico desperta são “naturais”. “As pessoas estão a exacerbar e a pensar que têm um problema de saúde mental”, acrescentou. Questionada por Fátima Lopes sobre “como podemos ajudar os jovens nesta fase de transição de vida em que estão vulneráveis?”, a docente assegurou que é preciso “dar voz à angústia e às preocupações, estimulando a partilha sem receios”.
No fim, entre dicas para lidar com a saúde mental em tempos de pandemia, ficou a ideia de que ninguém está sozinho. “Todos nós somos estranhos até ao momento em que percebemos que isso é normal”, rematou Raminhos.

Veja (ou reveja) o webinar “Voando Sobre um Chapéu de Coco”: