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Publicado: 04.08.2017

Em período de candidaturas à pós-graduação em Storytelling, os alunos selecionados para estagiar na SP Televisão fazem um balanço sobre a 1.ª edição do curso e falam sobre as expetativas para o estágio.

A 2.ª fase de candidaturas ao curso de pós-graduação em Storytelling decorre até ao dia 6 de setembro.

A pós-graduação em Storytelling resulta de uma parceria entre a ESCS e a produtora de televisão SP Televisão e visa formar profissionais especializados em narrativa visual, habilitados para produzir conteúdos de qualidade para televisão, cinema e novas plataformas. Para tal, o curso é lecionado por docentes da ESCS e profissionais da SP Televisão. A primeira edição decorreu no ano letivo 2016/2017 e dela foram selecionados três estudantes que irão estagiar no Departamento de Escrita da reconhecida produtora nacional. Guilherme Vital, Rita Fernandes e Sara Lourenço desvendam as mais-valias do curso e as suas expetativas em relação ao estágio de três meses, que realizarão a partir de setembro.

Aprender com profissionais da área

Guilherme confessa que a sua intenção, ao candidatar-se ao curso, passava mais pela “parte técnica da escrita para audiovisual do que propriamente [pela] criação de histórias” e que ficou “surpreendido por ver como tudo se relaciona”. De facto, tal como Christopher Vogler e Charlotte Essex já haviam referido em conferências organizadas no âmbito do curso, mais do que ter uma história para contar, é necessário saber contá-la, criando um enredo que prenda o espetador. Para que os estudantes desenvolvam estas competências, o curso alia as componentes teórica e prática. “Pensar teoricamente determinados assuntos e discuti-los, ao mesmo tempo que púnhamos as ‘mãos na massa’ noutras disciplinas, foi, para mim, uma enorme mais-valia”, refere Rita, destacando, também, “o esforço dos professores” em trazer para as aulas outros profissionais da área, como o escritor João Tordo ou o cineasta António Pedro Vasconcelos.

O prestígio do corpo docente foi um dos pontos mais valorizados pelos ex-alunos. “Todos, sem exceção, têm uma enorme paixão pelo que fazem, o que é contagiante”, sublinha Guilherme. Rita refere, também, “a proximidade que os professores mantiveram com os alunos”, fazendo-os “sentir parte do clã de autores de ficção”. Sara (que já tinha falado sobre a sua experiência no curso) complementa os colegas, destacando a relevância em ter “uma empresa tão grande por trás da pós-graduação”, que dá aos alunos a oportunidade de “aprender com os profissionais das matérias lecionadas, pessoas com vastos currícula, e que também nos souberam dizer os prós e contras, amores e desamores da sua profissão”.

Expetativas em relação ao estágio

A oportunidade de aprender, durante três meses, em ambiente real, com estes profissionais eleva as expetativas em relação ao estágio. “O ritmo com que [os guionistas] têm de criar diariamente é impressionante e sem dúvida que poder presenciar esse processo, e, também, participar, vai ser uma grande mais-valia”, refere Guilherme. Rita, por seu lado, vê nesta formação a “oportunidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo do curso e explorar, de forma mais aprofundada, a escrita de ficção para televisão, que é nova para mim. Poderei vir a descobrir se fui ou não fui talhada para o guionismo”. Por último, Sara pretende “perceber as dinâmicas do trabalho de equipa que vai sempre decorrendo; como é que as pessoas lidam umas com as outras e com as personalidades umas das outras. Neste aspeto, penso que deve ser muito interessante (e ao mesmo tempo desgastante) ver o que é ser um criativo a tempo-inteiro”.

O balanço dos docentes

A Prof.ª Ana Varela, coordenadora da pós-graduação em Storytelling, defende que esta primeira edição “provou ser ‘uma boa história’”. A docente destaca o “conceito inovador, criado e desenvolvido conjuntamente por académicos e profissionais do audiovisual, que se traduz num plano de estudos enriquecedor e ativamente contextualizado”, no qual a criatividade dos alunos é, constantemente, posta à prova.

Pedro Lopes é Diretor-Geral de Conteúdos da SP Televisão, argumentista, vencedor de um Emmy e faz, também, parte do corpo docente do curso. Pedro esclarece que esta pós-graduação “nasceu da necessidade de formar profissionais especialistas para o mercado audiovisual”. Como tal, as disciplinas são lecionadas por duplas de professores, “agrupando o melhor do saber académico com o melhor que temos no nosso mercado audiovisual”. O docente acredita que o curso reúne, assim, as condições necessárias para que os estudantes vinguem na área. “Quem sabe se o próximo Emmy a vir para Portugal não será de um dos nossos alunos!”

*Fotografias dos alunos gentilmente cedidas pelos próprios.