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Publicado: 20.12.2019

 

PERFIL JORN: Sílvia Dias

 

No mercado de trabalho, Sílvia Dias passou por cargos ligados ao jornalismo e à assessoria de imprensa. Atualmente, trabalha como jornalista para a DECO PROTESTE.

Sílvia Dias decidiu que queria ser jornalista por volta dos 12/13 anos, quando começou a perceber que “adorava escrever”. Na altura de se candidatar ao Ensino Superior, esteve indecisa entre a ESCS e outra instituição. Mas uma visita às instalações da Escola e a análise do plano de estudos do curso de Jornalismo dissiparam as dúvidas. Já na ESCS, assistiu ao nascimento do E2 e fez parte da equipa fundadora do jornal Oitava Colina. Quando terminou o curso, passou por vários locais, como jornalista e assessora de imprensa. Hoje, como a própria defende, faz “serviço público”, como jornalista. É para a DECO PROTESTE que escreve, essencialmente, sobre economia e investimento, em prol da defesa do consumidor.

Equilíbrio entre teoria e prática

Sílvia ingressou na ESCS em 2002. Da licenciatura, destaca o “equilíbrio excelente” entre as componentes teórica e prática. “Começas a escrever notícias, vais para um estúdio de televisão, de rádio. Isso tem um valor imenso. [E] a parte teórica dá-te bagagem, capacidade de elaborar e de perceber o mundo”, defende.

A escsiana lembra o contributo dos “professores extraordinários” com quem teve oportunidade de aprender. E destaca alguns nomes. “Ir para uma aula de rádio com os professores Carlos Andrade e Francisco Sena Santos era uma experiência muito enriquecedora”. “Quando dizemos que queremos ser jornalistas, queremos ser um Paulo Moura”, diz, em relação ao jornalismo escrito. Com o docente Jorge Trindade, percebeu que havia “muita coisa que não sabia”, em relação ao Português. “Temos a enorme vantagem de contactar com pessoas que vêm do mundo real, que nos passam a sua experiência e nos inspiram. E as que têm uma carreira académica, que lecionam as disciplinas teóricas, também têm o seu valor, porque a prática sem a teoria não vale. O equilíbrio perfeito que encontramos aqui é o ideal”, assegura.

Do E2 ao Oitava Colina

Durante a sua passagem pela Escola, a escsiana assistiu e fez parte do nascimento do E2, em 2004, e do Oitava Colina, em 2005. “Lembro-me de quando se fizeram os castings no Auditório, para escolher as pessoas que iriam apresentar o E2. Eu não fui escolhida, mas estávamos todos muito entusiasmados”, conta. Mais tarde, fez parte do grupo redatorial da rubrica “Um Livro. Porque Sim”, ficando ligada ao programa de televisão da ESCS até terminar o curso. No Oitava Colina, foi editora de Sociedade. “Uma das primeiras edições do jornal saiu como suplemento do Público, o que foi maravilhoso”, recorda. A antiga estudante afirma que ambos os projetos foram “escolas muito importantes”. “Além do plano curricular e da parte mais estrutural que a ESCS nos oferece, tens todo este mundo de atividades extracurriculares que te permite pôr em prática aquilo que vais aprendendo”, conta.

Percurso profissional

Sílvia começou a estagiar na TV Net, em 2006, ainda antes de terminar o curso. “Era um projeto muito inovador, que estava a iniciar-se numa coisa nova, que era a televisão na internet", lembra, divertida. Quando terminou a licenciatura, começou a trabalhar na redação. “A equipa era quase toda da ESCS e foi bom porque pudemos continuar o trabalho que fazíamos aqui”, como escrever, apresentar e editar, conta. Um ano depois, começou a colaborar com o Diário de Notícias (DN), para a secção de local da zona de Sintra. A função exigia que andasse “na rua, com o caderninho na mão, a falar com as pessoas e a tentar encontrar notícias”. Em 2007, regressou à ESCS para trabalhar no Gabinete de Comunicação da Escola, onde fez a gestão de conteúdos do site. “Trabalhei com pessoas espetaculares e fizemos coisas muito giras”, afirma. Paralelamente, continuou a escrever para o DN, em regime de freelance. Em 2008, obteve uma bolsa Schuman para jornalistas. Durante cinco meses, trabalhou no serviço de imprensa do Parlamento Europeu, em Bruxelas. Diariamente, assistiu a debates, votações e elaborou comunicados de imprensa para os jornalistas estrangeiros que estavam sediados na cidade a acompanhar os assuntos do Parlamento. “Foi uma experiência muitíssimo enriquecedora”, garante. Quando terminou o estágio, em 2009, regressou a Portugal e integrou a equipa da Sociedade Portuguesa de Matemática, onde permaneceu durante oito anos, como assessora de imprensa e comunicação. "Para além dos comunicados de imprensa para os jornalistas, fazia, também, produção de conteúdos, organizava exposições, eventos”, explica.

Sílvia trabalha, desde 2017, como jornalista, para a DECO PROTESTE, escrevendo, maioritariamente, sobre Economia e Investimento, áreas com as quais confessa que nunca pensou trabalhar. “Temos acesso a fontes privilegiadas, porque trabalhamos com equipas de juristas, economistas, fiscalistas. Ou seja, há um enorme controlo de qualidade naquilo que fazemos, o que é uma segurança muito grande”, conta. Por este motivo, a escsiana considera que faz “serviço público no seu expoente máximo”. “Estamos ali a representar os consumidores e a tentar melhorar tudo o que envolve a nossa vida”, completa.

Uma Escola que prepara

“Desde que pus o pé no mercado de trabalho, senti que, por ter vindo da ESCS, estava mais bem preparada do que o meu colega do lado, que tinha vindo de outra instituição”, conta Sílvia. “Obviamente que temos muito que evoluir, mas sabemos por onde começar, não ficamos desorientados”, acrescenta. Olhando para trás, a escsiana lembra o “ambiente familiar” da Escola e a “sensação de estar em casa”. “Era sempre um prazer chegar à ESCS. Foram anos muito bons da minha vida e tenho recordações excelentes em relação a tudo”, conclui.

Por fim, desafiámos Sílvia Dias a responder a uma espécie de Questionário de Proust:

Um objeto essencial para o teu dia-a-dia.

Infelizmente, o telemóvel.

Uma cidade ou um país.

A Tailândia, de mochila às costas.

Uma música ou uma banda.

Arcade Fire.

Um filme ou um realizador.

Seven, de David Fincher. É aquele filme que, sempre que está a passar em algum canal, eu fico lá a ver.

Um livro ou em escritor.

1984, de George Orwell.

Uma série.

The Wire.

Redação ou exterior.

Eu acho que é no exterior que surgem as histórias. Por isso, exterior.

Quando for grande, quero ser.

Quero continuar a querer aprender sempre um bocadinho mais.


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