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Publicado: 14.02.2014

Publicado: 14/02/2014

O escsiano Pedro Marques Gomes publicou o livro “Os Saneamentos Políticos no Diário de Notícias”.

Pedro Marques Gomes, licenciado e mestre em Jornalismo, publicou recentemente a obra “Os Saneamentos Políticos no Diário de Notícias – Verão Quente de 75”. O livro, editado pela Alêtheia Editores, aborda o papel dos meios de comunicação social no período revolucionário. O mediático saneamento político ocorrido no Diário Notícias, que envolveu o despedimento de 24 jornalistas, é o caso retratado pelo autor. O livro integra a Coleção Media & Jornalismo do Centro de Investigação Media e Jornalismo (CIMJ) e contou com o apoio do Gabinete para os Meios de Comunicação Social (GMCS).

[Fotografia] “O momento em que vi o livro e que o pude folhear foi um momento muito feliz”, confessa Pedro Marques Gomes.

Da dissertação ao livro

O livro agora publicado resulta do trabalho de investigação desenvolvido a propósito da dissertação de mestrado “Imprensa e Revolução: os saneamentos políticos no Diário de Notícias no «Verão Quente» de 1975”, no âmbito do Mestrado em Jornalismo. O desafio de transformar a dissertação em livro implicou alguns cuidados especiais ao nível da escrita. O facto de o livro ser lido por um público não necessariamente académico foi tido em conta pelo autor. Pedro aproveitou ainda para incluir alguns dos comentários e sugestões feitos aquando defesa da dissertação.

Pedro encara a publicação do livro como “mais um passo e um estímulo” para o seu percurso académico. O autor espera que a obra contribua para se perceber o papel da comunicação social no período revolucionário. “É um período riquíssimo com muita matéria inédita para se estudar”, acrescenta.

Sobre o lançamento do livro, ocorrido no passado dia 6 de fevereiro, Pedro não esconde o entusiasmo. “Notei claramente que havia um grande interesse por este assunto”. O autor revela-se “contente” com as reações das pessoas “quando percebem que este é um trabalho sério e rigoroso”.

[Fotografia] Pedro entrevistou os protagonistas do caso do saneamento político do Diário de Notícias. “Foi muito enriquecedor e o livro perderia muito se não tivesse esse contributo”, afirma.

Na pele do investigador

Pedro tem pautado o seu percurso pelo trabalho enquanto investigador. “Uma grande curiosidade”, “não ter ideias feitas” e “estar aberto para que as hipóteses sejam modificadas ao longo da investigação” são ingredientes que enumera para se ser um investigador. O acesso privilegiado às fontes de informação, sejam documentos ou testemunhos, “é o que faz a investigação fazer sentido”. “Poder encontrar coisas que acrescentem conhecimento” sobre a área em estudo é, para Pedro, um contributo inestimável.

Sobre as últimas notícias relativas aos cortes orçamentais na área da investigação científica em Portugal, este jovem investigador demonstra-se apreensivo. “Só posso estar preocupado”, afirma.

Estudar a Revolução

Pedro Marques Gomes está a frequentar o doutoramento em História Contemporânea na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. O investigador continua a estudar a temática dos media no período revolucionário, focando-se agora na questão da liberdade de imprensa.

Pedro admite que é várias vezes questionado sobre o que o leva a estudar a Revolução de Abril, uma vez que não vivenciou este período. O escsiano revela que deve o interesse sobre este tema à Prof.ª Maria Inácia Rezola. “Foi nas suas aulas que eu comecei a interessar-me pelo período da Revolução”, conta.