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Publicado: 31.05.2013

Sem perder muito tempo, ou no caso vertente, muitas linhas, ou palavras ou mesmo letras se quisermos ser mais minimalistas, Relações Públicas é algo que existe em qualquer organização.

As organizações são conjuntos de pessoas que se reúnem para atingir determinado fim. E assim sendo, existem para servir outras pessoas ou, até em certos casos, as próprias pessoas da organização, isto é, a organização é um fim em si mesma.

Mas seja como for ela relacionar-se-á com públicos e então haverá que gerir essa relação, nem sempre fácil, ou melhor dizendo, normalmente difícil. É para isso que existem as Relações Públicas. Actividade difícil, nobre, às vezes maléfica, mas isso faz parte da ética de uma profissão e como em todas há quem seja ético e quem não seja. Voltando ao nosso ponto de partida, RELAÇÕES PÚBLICAS, a profissão “Mal dita”. Porquê “Mal dita”? “Mal dita” que não amaldiçoada, ainda que muitas das vezes pareça.

O problema parece estar na figura que perante os públicos personaliza a organização e dessas mesmas figuras, que mais não são do que figuras, se dizerem ser Relações Públicas. Note-se que dizem sempre ser relações públicas e nunca técnico ou gestor de Relações Públicas, o que sendo um consolo, é fraco consolo.

Aprendi há muitos anos com um dos grandes profissionais de Relações Públicas deste país, que o papel do Relações Públicas é ninguém saber que ele existe, mas existe, é não aparecer mas ser determinante na organização, orientando, preparando aqueles que aparecerão como rosto da organização.

“Mal dita” porque muitas vezes aparecem faces e são estas faces que estragam a actividade. São muitas vezes bonitas, jovens, sensuais, quer femininas quer masculinas, mas apenas faces, vazias em termos da actividade porque não são, não sabem, nem têm de saber o que são Relações Públicas, mesmo que muitas vezes se intitulem isso mesmo.

São estas faces e o desconhecimento, por vezes frequente, que os poderes das organizações manifestam, que contribuem para o mal dizer das Relações Públicas. Perante esta situação o que têm feito aqueles que são na realidade profissionais de Relações Públicas? Fogem e se calhar é a única hipótese, fugir para outras designações, Director de Comunicação, de Imagem e Comunicação, etc., etc.

“Mal dita” as Relações Públicas porque sendo comunicação são mais do que isso, são também relação, as duas faces da interacção humana. A relação, aspecto determinante e fundamental, acontece pela comunicação, dado que tudo, os gestos, os olhares, os silêncios, as roupas, as posturas, os alheamentos e mais evidentemente as palavras, os discursos, as imagens, etc., são comunicação ou fazem parte da comunicação.

“Mal dita” as Relações Públicas são e continuarão a sê-lo, ainda por muito tempo?