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Publicado: 13.05.2015

Publicado: 08/05/2015

A sétima edição do Prémio Dignitas distinguiu, pelo segundo ano consecutivo, a docente Ana Leal na categoria Televisão.

O Prémio Dignitas é uma iniciativa da Associação Portuguesa de Deficientes (APD), em parceria com a ESCS e a MSD (Merck, Sharp and Dohme), que premeia trabalhos jornalísticos que abordam a temática da deficiência, promovendo a dignidade e a inclusão social de pessoas que, tantas vezes, são postas à margem da sociedade.

A cerimónia deste ano ocorreu no passado dia 5 de maio, no Auditório Novo da Assembleia da República, contando com o Alto Patrocínio desta instituição.

A jornalista Ana Leal, docente na ESCS, distinguida na edição passada em duas categorias (Prémio Dignitas e Prémio Dignitas Televisão), voltou a destacar-se com o Prémio Dignitas Televisão.

“Comunicação Social e Deficiência”

Este ano, para além da habitual entrega de prémios, a cerimónia contou também com a conferência “Comunicação Social e Deficiência”, moderada pela jornalista da TVI Conceição Queiroz.

[Fotografia] Da esq. para a dir.: Conceição Queiroz, Miguel Poiares Maduro, Inês de Medeiros, Ana Sezudo e Sara Antunes Oliveira.

O Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Dr. Miguel Poiares Maduro, referiu-se à temática como uma das mais importantes num regime democrático, pois promove a igualdade entre todos os cidadãos. Aproveitou, também, a ocasião para revelar os recursos disponibilizados pelo Fundo Social Europeu (FSE), no período de 2014-2020, no que diz respeito a ações a favor das pessoas com deficiências e incapacidade. Segundo o Ministro, “o novo contrato de concessão do serviço público de rádio e televisão obriga o acesso de todos à informação, à educação e ao entretenimento de qualidade”, através de legendagem por teletexto, língua gestual, audio-descrição, entre outras técnicas.

Sara Antunes Oliveira debruçou-se sobre a temática da deficiência no jornalismo. A vencedora da primeira edição do Prémio Dignitas referiu que, no geral, as pessoas conhecem mal a deficiência e têm “alergia” a temas que não conhecem, criando um preconceito e evitando a sua abordagem. A jornalista da SIC mencionou também a questão do “politicamente correto”: “Por exemplo, devo dizer pessoa com deficiência ou deficiente? A típica frase «Não se chama deficiente a uma pessoa» é ela própria um sinal de preconceito”, referiu, ao falar da sua experiência pessoal.

À reflexão da colega, Conceição Queiroz acrescentou também a questão do cuidado a ter com as imagens que são captadas para contar as histórias, referindo que, muitas vezes, são os próprios educadores a acautelar os repórteres quanto ao que podem ou não filmar.

A Dr.ª Ana Sezudo referiu que “há ainda um longo caminho a percorrer” para que todos possam participar de igual forma na sociedade, independentemente das suas limitações. A Presidente da Direção Nacional da APD sublinhou, também, o número reduzido de pessoas deficientes empregadas em órgãos de comunicação social e os danos que os cortes orçamentais têm provocado no acesso aos canais de informação.

A Representante da Comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação concluiu a conferência, abordando o facto de os media tratarem geralmente a deficiência como uma doença, pelo que há que separar as vertentes, pois “a ignorância vem do medo da doença”.

A Dr.ª Inês de Medeiros mencionou que “a deficiência são os invisíveis da nossa sociedade” e que “ninguém pode estar subjugado à invisibilidade”.

Iniciativa com vista à Humanidade

A segunda parte da cerimónia foi dedicada à entrega dos prémios e contou com a presença do Dr. Humberto Santos (Presidente da Mesa da Assembleia Geral da APD), da Dr.ª Teresa Caeiro (Vice-Presidente da Assembleia da República), do Dr. Vítor Virgínia (Presidente da Direção da MSD) e do Prof. Doutor Jorge Veríssimo (Presidente da ESCS).

[Fotografia] Da esq. para a dir.: Humberto Santos, Jorge Veríssimo, Teresa Caeiro e Vítor Virgínia.

Na abertura da entrega dos prémios, o Dr. Humberto Santos referiu que os trabalhos distinguidos são feitos “com as pessoas para as pessoas”. Não deixando de mencionar o contributo da ESCS, agradeceu a colaboração institucional no evento.

O Dr. Vítor Virgínia falou na política de responsabilidade da Merck, Sharp and Dohme, referindo que “a associação da MSD ao Prémio Dignitas vem ao encontro da missão da empresa: contribuir para melhorar a vida das pessoas de todo o mundo”.

A Dr.ª Teresa Caeiro acrescentou que não se pode “falar numa democracia verdadeira, madura e completa enquanto as questões da deficiência não estiverem resolvidas”, sublinhando que estes prémios são “um ótimo exemplo do caminho que já se conseguiu fazer”.

Por fim, o Prof. Doutor Jorge Veríssimo apelou à fomentação de trabalhos jornalísticos que sensibilizem para estas questões, que tendem a não ser abordadas por fugirem ao cânones da “sociedade narcisista”. Para o Presidente da ESCS, faz parte da missão da Escola cultivar nos estudantes um sentido de cidadania, sendo por isso que esta se associa ao Prémio Dignitas.

Prémios

Ana Leal, docente na ESCS, foi galardoada com a reportagem “Um Olimpo diferente”. A professora confessou que “queria muito ganhar este Prémio”, pois procura “sempre mudar um pouco o Mundo com as suas reportagens” e trabalha em cada uma delas “como se fosse a última”. Para a jornalista da TVI, esta é uma reportagem “muito especial”, pois ajuda a tornar mais conhecidos os atletas paralímpicos portugueses: “devemos todos ter muito orgulho nestas pessoas que representam o nosso país”.

[Fotografia] Ana Leal foi distinguida na categoria Televisão.

Como vem sendo habitual, também o júri teve na sua composição dois docentes da Escola. A Prof.ª Anabela de Sousa Lopes e o Prof. António Belo (em representação da Amnistia Internacional) deram o seu contributo na escolha dos vencedores. O Prof. Doutor Jorge Veríssimo entregou o Prémio Dignitas Jornalismo Digital.

Os trabalhos vencedores da sétima edição do Prémio Dignitas foram:

• Prémio Dignitas – “Falar com quem não consegue ouvir” (Nélia Pedrosa, Diário do Alentejo)

• Imprensa - “Falar com quem não consegues ouvir” (Nélia Pedrosa, Diário do Alentejo)

• Rádio – “O Telhadinho” (Cristina Lai Men, TSF)

• Menção Honrosa Rádio – “O Parque Biológico da Serra da Lousã – Prémio Damião de Góis” (Liliana Corona, Rádio Renascença)

• Televisão – “Um Olimpo diferente” (Ana Leal, TVI)

• Jornalismo Digital – “Feridos em serviço descobriram uma nova vida na GNR” (Sónia Simões, Observador)