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Publicado: 29.05.2015

Publicado: 29/05/2015

No momento em que celebra onze anos, o E2, o programa de televisão da ESCS, trouxe à Escola Filomena Cautela, Gabriela Sobral e Pedro Fernandes para uma emissão especial.

O E2 surgiu em maio de 2004, no âmbito de uma parceria com a RTP2 e, desde então, é transmitido semanalmente neste canal, durante os períodos letivos. Mas este projeto não é apenas ‘mais um’ programa de televisão. É um formato inteiramente concretizado por alunos da ESCS que complementam a sua formação e têm uma experiência real do que é trabalhar num ambiente televisivo, ainda antes de terminarem os estudos.

No seguimento das comemorações do 11.º aniversário, realizou-se, no dia 27 de maio, a conferência “Do Outro Lado da Televisão” que, segundo Inês Lourenço (produtora do programa) teve como principal objetivo “discutir o presente e o futuro da televisão - que é aquilo que o E2 faz”. Esta iniciativa, realizada num formato ‘ao vivo’ (no sentido em que foi simulado um programa, com apresentador, convidados e público) foi transmitido em live streaming e contou com a presença de figuras conhecidas da nossa televisão: Filomena Cautela (apresentadora do programa Agora e atriz), Gabriela Sobral (diretora de produção e coordenação de projetos na SIC) e o escsiano Pedro Fernandes (apresentador do programa 5 Para a Meia Noite e humorista). Guilherme Carvalho, aluno do 2.º ano do curso de Publicidade e Marketing, moderou a conversa.

[Fotografia] Guilherme Carvalho conduziu a conversa com Gabriela Sobral, Filomena Cautela e Pedro Fernandes.

No discurso de abertura, o Prof. Doutor Jorge Veríssimo enalteceu o sucesso deste projeto da Escola, que “existe exclusivamente graças ao trabalho e dedicação dos alunos”. O Presidente da ESCS dirigiu um agradecimento especial ao pessoal não docente e docente que apoiam diariamente o E2 e homenageou também a direção que deu início a esta parceria com a RTP2, presidida pelo Doutor Fernando Otero, e o Doutor Vítor Macieira, mentor do projeto.

A Conferência

Durante a conversa, os convidados debruçaram-se sobre diversas temáticas relacionadas com o presente e o futuro da televisão em Portugal, tais como: a forma de preparação de diferentes formatos, a produção de conteúdos, as novas plataformas e a influência das redes sociais.

[Fotografia] Da esq. para a dir.: Gabriela Sobral, Filomena Cautela e Pedro Fernandes.

A conversa começou em torno do programa 5 Para a Meia Noite. Os três convidados concordaram com o facto de ser um dos mais recentes formatos inovadores no nosso país, uma vez que “a carga de trabalho está em cima do apresentador”, conta Pedro Fernandes. “Temos que escrever, preparar entrevistas, gravar sketches e apresentar […] Nunca está fechado até começar o direto”. Filomena Cautela, que já fez parte do leque de apresentadores, concordou com o colega: “Cada programa envolve uma preparação diferente. No 5 Para a Meia Noite, parte tudo de uma só cabeça.”

A produção de conteúdos foi também um tema abordado na conferência. Gabriela Sobral esclareceu que “as estações de TV não são produtoras, são difusoras de conteúdos”. “O meu papel é acompanhar os conteúdos diariamente”, referiu. No futuro, os conteúdos tenderão a mudar com a evolução das plataformas digitais. Apesar de o “processo ainda estar atrasado no nosso país”, como referiu Gabriela, é algo “que preocupa” o meio televisivo. Mas é também um formato “mais barato”, indicou Filomena Cautela, que mencionou o facto de alguns programas, como o 5 Para a Meia Noite, crescerem “também devido às plataformas digitais”. Pedro Fernandes complementou as palavras da colega, indicando que “já há muita gente a ganhar muito bem só com o que faz online”. Concluiu-se que a televisão “como a conhecemos hoje em dia, tende a acabar”. Gabriela Sobral debruçou-se sobre este assunto, destacando a Netflix e o streaming como o futuro da televisão.

[Fotografia] Guilherme Carvalho é aluno de Publicidade e Marketing e faz parte da equipa do programa.

Guilherme questionou também os convidados sobre a influência das redes sociais nos programas transmitidos. Para Pedro, estas ajudam “a criar uma relação de proximidade e a criar empatia com o público”. No entanto, Filomena acrescentou que “as pessoas gostam mais do voyeurismo do que da promoção” dos programas. Por isso, todos os programas televisivos têm páginas nas redes sociais. Gabriela Sobral é da opinião de que, hoje em dia, é incontornável todos os programas terem páginas associadas.

Escola de Formação de Talentos

Há onze anos, no âmbito do Espaço Universidades da RTP2, a Escola foi convidada a contribuir com o seu próprio programa. Isto permitiu que, ano após ano, “milhares de alunos [tivessem] a oportunidade de experimentar, de desenvolver competências, de aprender e de criar”, explicou o Prof. Doutor André Sendin, Produtor Executivo do E2. Para o Vice-Presidente da ESCS, é importante permitir aos alunos criar e, sobretudo, errar para se conseguir progredir.

“O E2 é um núcleo de aprendizagem onde muitos dos colaboradores que saem de lá conseguem arranjar emprego na área devido à sua experiência”, refere Inês Lourenço, produtora do programa, sublinhando a importância desta parceria de longa data.

[Fotografia] A equipa do E2 que tornou possível a conferência.

Esta iniciativa, que reuniu a comunidade escolar e os convidados em torno da reflexão sobre o futuro da televisão em Portugal, foi prova da dedicação de todos os que trabalham diariamente para que o E2 seja uma realidade.

Fotografia da equipa gentilmente cedida pelo E2.