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Publicado: 30.10.2013

Publicado: 30/10/2013

Está em exibição na Escola Superior de Comunicação Social, a exposição documental intitulada “Cativar os Neutros – Propaganda beligerante na II Guerra Mundial em Portugal”.

“Cativar os Neutros – Propaganda beligerante na II Guerra Mundial em Portugal” é o nome da exposição documental patente no Foyer do Piso -1. Esta mostra de folhetos e cartazes distribuídos em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial organiza-se em quatro temáticas propagandísticas, partilhadas pelas duas partes beligerantes do Eixo e dos Aliados: “Autopromoção das forças em combate”, “Vamos ganhar a guerra”, “Falam os portugueses” e “Deus por nós, o Diabo com eles”. Da fotografia ao infografismo, passando pela banda desenhada, esta exposição mostra como o uso das técnicas de persuasão, pela palavra e pela imagem, pressionaram e controlaram os governantes dos países neutrais.

[Fotografia] A Prof.ª Júlia Leitão de Barros é a curadora da exposição.

Testemunho histórico

Mostrar aos visitantes a forma como a propaganda beligerante utilizou os meios de comunicação social existentes em Portugal na altura é um dos objetivos da exposição. Como referiu a Prof.ª Júlia Leitão de Barros, “estes documentos eram distribuídos em mão ou pelo correio e constituíam uma das formas de trazer para a respetiva causa, apoios em Portugal, de maneira a condicionar as medidas e o posicionamento do governo em relação aos dois beligerantes”. Por intermédio de documentação do acervo da Prof.ª Júlia leitão de Barros, que a docente recolheu enquanto fazia investigação para a sua tese de mestrado, “a exposição dá a conhecer o quão vulnerável era o nosso país durante a Segunda Guerra Mundial”. Este espólio é um importante testemunho de como  a propaganda beligerante utilizou a rádio, jornais, revistas cartazes, folhetos e recorreu a especialistas da publicidade e do marketing, artistas, cientistas sociais, psicólogos e jornalistas para conquistar a opinião dos portugueses. “Até Salazar, que estava habituado a ter o seu aparelho de controlo da opinião dos portugueses, não teve outra hipótese senão aceitar que eles atuassem às claras”, afirmou a docente.

A diversidade do tema

O mote da exposição é tema de estudo em algumas disciplinas lecionadas na ESCS. “Eu trato de algumas destas questões em História dos Media”, disse a Prof.ª Júlia Leitão de Barros. Para a docente, este material de propaganda é importante para o conhecimento dos alunos, pois “permite-lhes recordar o que aprenderam sobre o surto da investigação no pós Segunda Guerra Mundial ou a necessidade que os Estados tiveram de se rodear de todo o tipo de especialistas da Comunicação durante o conflito, sobre a história do infografismo e a forma como era utilizado”, mencionou. Segundo a docente, a propaganda assumiu ainda uma variante da atividade diplomática ao nível das relações públicas, “com convites por parte das embaixadas a juristas, jornalistas e cientistas para visitar os respetivos países beligerantes, de forma a trazer de lá as melhores impressões”, explicou. Para além da Prof.ª Júlia Leitão de Barros, fizeram parte da Comissão Organizadora o Prof. Carlos Nuno, a Prof.ª Filipa Subtil, a Prof.ª Maria Inácia Rezola, a Prof.ª Júlia Leitão de Barros, o Prof. Luís Monteiro (concepção gráfica) e a aluna do mestrado em Jornalismo, Rita Vaz. A exposição contou com o apoio da Direção da Escola que “desde o primeiro momento, apoiou e aceitou a ideia”, concluiu a docente.